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Porto visto por Fátima d’Oliveira

Porto visto por Fátima d’Oliveira

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FÁTIMA d’Oliveira é natural de Vale de Santarém onde reside. Apesar de uma doença neurodegenerativa limitar a sua mobilidade e de a ter impedido de continuar a trabalhar, não deixou de sonhar e de dar “rédea solta” à sua veia literária. Associa a cidade do Porto ao F.C.P. (ou não fosse ela benfiquista…), à Torre dos Clérigos e à Fundação de Serralves. Adora ler e escrever, mas teimosamente recusa-se a aderir à escrita simplificada que se vai vendo: não é tb, é também (por exemplo). Não suporta subtilezas e abomina eufemismos: considera que as coisas são para se dizer e que tem que ser chamadas pelos nomes. Uma das suas frases preferidas é de Hal Boyle, jornalista norte-americano: “O medo é a única coisa que se multiplica mais depressa do que um casal de coelhos”.

Por Paulo Moreira Lopes 

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

No mês de Março (ai de quem me diga que este é o mês dos burros – está o caldo entornado…) do ano da graça de 1970, na freguesia do Vale de Santarém (concelho de Santarém).

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Resido na freguesia do Vale de Santarém (concelho de Santarém).

3 – Em que outros locais viveu de modo permanente?

Em mais nenhum.

4 – Habilitações literárias?

Oficialmente, 12.º ano. Também tenho o Proficiency Certificate, atribuído pela Universidade de Cambridge, em Inglês, mas nunca pedi a equivalência ao Ministério da Educação.

5 – Atividade profissional?

Estou reformada por invalidez (padeço de uma doença neurodegenerativa rara: uma ataxia hereditária: ataxia de Friedreich), mas era assistente administrativa.

6 – Em que medida o local onde nasceu e viveu ou vive, influenciou ou influencia a sua vida artística?[1] 

Mais do que o local em que nasci, foram as próprias circunstâncias da minha vida, as pessoas que conheci, os locais que vi, as histórias que ouvi, os livros que li…

Exemplo disso é a obra que já publiquei (quer em nome próprio, quer em antologias). Para tal informação, podem aceder ao meu blogue “À procura de uma história” (http://aprocuradeumahistoria.blogspot.pt) – Acerca de mim.

7 – Quando pensa na cidade do Porto lembra-se imediatamente de quê?

Do FCP (ou não fosse eu benfiquista…). E da Torre dos Clérigos. E da Fundação de Serralves.

8 – Já visitou o Porto? Em caso afirmativo, por que motivo e qual a ideia com que ficou da cidade e da região?

Já. Da 1.ª vez, foi numa excursão. Da 2.ª vez, íamos para o Gerês (eu e a minha família) e paramos no Museu Nacional Soares dos Reis (não me posso esquecer da minha surpresa ao deparar-me com a escultura “O Desterrado”, que eu imediatamente reconheci dos livros…) para eu ver uma exposição sobre Abel Salazar. Aproveitámos a oportunidade para conhecer o Palácio de Cristal/Pavilhão Rosa Mota e o jardim envolvente. Depois disso, já voltei para ir ao Hospital de Santo António, por mais que uma vez. A última vez foi em 2011, por ocasião do Dia Internacional das Ataxias, que se assinala, a nível internacional, a 25 de Setembro.  Aliás, aproveito aqui esta oportunidade para convidar a conhecer a APAHE – Associação Portuguesa de Ataxias Hereditárias (http://www.apahe.pt.vu), pois esta associação precisa de toda a ajuda possível para poder levar a cabo uma das suas missões: alertar, sensibilizar e consciencializar o grande público para a existência das ataxias hereditárias.

Literatura postal

9 – Tem a mania dos postais? Em caso afirmativo como explica essa apetência por uma literatura tão sucinta e tão efémera?

Nem por isso… Já tive, mas era devido a colecionismo.

10 – Sente mais prazer em comprar, escrever e enviar o postal, em saber que foi recebido por outro ou em receber postais de outros?

Apesar de adorar receber correspondência, confesso que sinto um enorme prazer, acompanhado de frémitos de excitação e antecipação, em comprar (a deliciosa agonia da escolha…), escrever (a sublime tensão da composição…) e enviar.

11 – Tendo em conta a popularidade da correspondência postal, será que podemos falar de uma literatura postal, quem sabe como uma derivação dos contos ou microcontos?

E porque não?… A ideia, confesso, atrai-me: acho-a deveras interessante. E desafiadora.

Já agora, uma sugestão: porque não organizar uma antologia (impressa ou digital) com os microcontos e poemas entretanto recebidos ao abrigo do passatempo “Histórias em postais”? Sei lá, podiam chamar-lhe “Contos Postais”, ou coisa que o valesse… Estão a perceber a ideia?…

12 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?

Blogues: O já referido “À procura de uma história” (http:/aprocuradeumahistoria.blogspot.pt) e “Recatratos” (http://recatratos.blogspot.pt). Além da minha página no Facebook: https://www.facebook.com/fatima.doliveira.7

[1] NOTA: a pergunta pressupõe a defesa da teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois seguida em Portugal por Orlando Ribeiro, de que o meio (paisagem, rios, montanhas, planície, cidade e, acrescentamos nós, linguagem, sotaque, festividades, religião, história) influenciam as opções profissionais e artísticas dos naturais desse lugar.

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