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Sete perguntas a Álvaro Domingues

Sete perguntas a Álvaro Domingues

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ÁLVARO Domingues nasceu em Melgaço e passou por Braga quando fez a secundária. Hoje trabalha no Porto e vive em V. N. de Gaia. Enquanto algumas pessoas só tomam consciência das repercussões do espaço nas suas vidas se questionadas diretamente sobre o assunto, Álvaro Domingues diz que não “funciona” sem o entendimento do lugar onde vive. Por ser tão profunda aquela dependência está permanentemente a comparar o espaço onde vive e estuda com o de outras sociedades que vai conhecendo enquanto investigador e viajante. A “funcionar” assim só podia ser geógrafo.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

Melgaço, 1959.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Stª Marinha, Vila Nova de Gaia.

3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?

Universidade do Porto.

4 – Habilitações literárias?

Licenciado em Geografia; doutorado em Geografia Humana.

5 – Atividade profissional?

Professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e investigador no CEAU-FAUP, Centro de Investigação em Arquitectura e Urbanismo

6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?

Quando estudava no Secundário em Braga não sabia que ia ser Geógrafo e nem sequer sabia o que isso era. Tinha havido uma revolução e vivia-se o início do mundo. A minha professora de Geografia fascinou-me com os assuntos de que falava e o modo como falava; era uma Geografia do mundo, das relações Norte-Sul, da economia, do poder.

Decidi ir para Geografia e a minha experiência de vida no Portugal “profundo”, pobre e que emigrava, levou-me a fazer um mestrado em Geografia Rural mas também uma primeira investigação sobre epistemologia (como é que uma ciência estuda o quê e como é que argumenta os resultados dessa investigação).

Depois as vicissitudes da carreira levaram-me para o Urbanismo e para o Planeamento Regional. Vieram os planos (locais, municipais, regionais) e conheci os meus amigos e colegas urbanistas e o território fascinante do Vale do Ave. Fui-me dando conta que as representações do “urbano” e do “rural” e de outros (pseudo) conceitos-base usados no campo técnico-científico do urbanismo não faziam muito sentido e até contribuíam para a própria crise das políticas de planeamento e de regulação do uso do solo.

A experiência das estradas nacionais e o conhecimento da investigação teórica internacional, levaram-me para esta vida de investigador experimentalista e de curioso sobre o modo como aquilo a que chamamos “território” funciona como um dispositivo de produção de conhecimento sobre o que somos colectivamente. Sou geógrafo, portanto.

Não funciono sem o entendimento do espaço em que vivo e da permanente comparação com as outras sociedades/territórios que conheço e estudo enquanto investigador ou viajante. Já dei comigo a fotografar a Rua da Estrada em Angola e no Brasil…

7 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?

Pesquisando pelo nome do artista (há outro no Brasil com o meu nome, como diz a canção do Zambujo), vão-se apanhando muitas coisas. Como se diz, o Google é melhor que Deus porque responde sempre.

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