CLARA Não é ilustradora, designer, escritora e artista urbana, licenciada pela Faculdade de Belas Artes do Porto. Nasceu e vive no Porto, mais propriamente no Bonfim (uma vila dentro da cidade). Sempre se deliciou com os jardins da urbe, antes para tirar fotos analógicas e agora para desenhar ou ler. Também é possível encontrá-la, aos domingos, na igreja de Santo Ildefonso (esta é uma história muito longa). Acredita que o contraste entre a moralidade que lhe ensinaram em criança e os acontecimentos do dia-a-dia são a sua verdadeira fonte de inspiração, consciente ou inconsciente.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
11 de Novembro de 1993. Ordem do Carmo, Cedofeita, Porto
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Bonfim, Porto.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
4 – Formação académica?
Licenciatura. Actualmente a acabar Mestrado em Desenho e Técnicas de Impressão.
5 – Atividade profissional?
Estudante de Mestrado, Freelancer em Ilustração, co-organizadora de eventos e DJ em part-time.
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
O Porto é, sem dúvida, uma cidade muito característica. Gentrificação à parte, sempre me deliciei com os jardins. Lembro-me de ir tirar fotos analógicas para lá nos primeiros anos da faculdade. Entretanto o gosto modificou-se, sendo o mais provável encontrarem-me lá a desenhar ou a ler um livro (agora não, que está frio). Gosto muito de plantas. Trato-as como animais de estimação. De momento tenho cinco: Clarabela, a planta egocêntrica; Micas, a planta cabeluda; Joe, a planta espetadinha, que noutra vida foi peixe; Marcela, a planta recatada em processo de pousio; e Sim Claro, a planta irónica.
Como fui criada segundo a religião católica, a moralidade teve um peso importante no meu crescimento. Ainda hoje, aos Domingos, são capazes de me encontrar na Igreja de Santo Ildefonso. Embora acredite, tenho um espírito muito crítico, tendo a minha própria visão das coisas. Mas isso, é uma história muito longa.
Comparando com os projectos que tenho desenvolvido como ilustradora, a questão da moralidade pode parecer contraditória, dada a quantidade de agressividade literária presente no meu trabalho. Como é notável, o carácter do dia-a-dia, de viver no Bonfim — ainda uma vila dentro de uma cidade—, de memórias de família, do que me acontece e do que me contam têm o peso maior no processo criativo. No entanto, acredito que esse contraste entre a moralidade da minha educação de infância e o meu dia-a-dia actual são a minha verdadeira fonte de inspiração, consciente ou inconsciente.
7 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?
Website: www.claranao.com
Instagram: @clara.nao
Facebook: https://www.facebook.com/naoclaranao/