A MARIA, que também é Mónica, não é de cá, é de Vera Cruz, Aveiro, mas fala como se tivesse sido sempre daqui. Aliás, da linguagem e da nossa forma de estar não se livra. Veio estudar para o micro-universo das Belas Artes e deu no que deu. Hoje é uma rapariga que toca vários talentos, que vão desde a ilustração, o design, as artes gráficas, o vídeo, o stop motion, o baixo elétrico e outros instrumentos. E se encontrar alguém com quem os possa partilhar, então a colaboração não se faz esperar, com ou sem improviso. Dir-se-ia que pegou de estaca.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
24 de Fevereiro de 1978. Vera-Cruz, concelho de Aveiro (sou Cagaréu 🙂
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Vivo na rua Sá da Bandeira, Santo Ildefonso, concelho do Porto.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Também estudei Piano Jazz na Escola de Música Valentim de Carvalho da Boavista.
4 – Habilitações literárias?
Licenciatura
5 – Atividade profissional?
Movo-me em muitas áreas, e gosto de todas 🙂 apesar de ser apaixonada pela ilustração.
Sou freelancer em áreas como ilustração, design e outras artes gráficas, vídeo, vídeo de animação, visuais para performances ou espectáculos e concertos, musico, animador e formador musical e de outras áreas artísticas como o software ou o stop motion, etc.
Colaboro regularmente com o Serviço Educativo da Casa da Música na criação e formação de actividades para crianças e outras comunidades. Ainda nesta instituição faço parte do Factor E, uma equipa criativa que desenvolve e explora técnicas formativas.
Com o Jorge Queijo tenho uma banda chamada Os Príncipes. Ainda com o Jorge Queijo, somos directores artísticos do Ensemble de Gamelão da Casa da Música.
Com o Peixe dirijo a OGBE, Orquestra de Guitarras e Baixos Eléctricos (um ensemble de várias guitarras e baixos com 2 sets de bateria com direcção improvisada).
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
A Cidade do Porto tem uma característica muito melancólica num sentido romântico. Quer seja pela cor dos edifícios e do ar, sempre meio escuro, quer seja pela população pouco exuberante mas muito unida e bairrista em relação à capital por exemplo. O facto ainda de ser a segunda cidade e não a primeira faz com que os artistas que nela habitam tenham que ‘furar’ com a melhor arma de todas, o indivíduo e o seu intelecto e vocabulário próprios. A proximidade e cumplicidade artística propõe colaborações espontâneas que adoro e das quais ‘abuso’. Torna-se assim uma cidade incubadora de ideias e conceitos muito especiais e únicos. Com tudo o que tem de mau e de bom, força-nos a ser únicos e eu fui levada nesta corrente (e ainda estou a ser levada). Ainda por cima estudei num micro-universo carregado destas características, a faculdade de Belas-Artes. Tudo isto influencia.
Não sou fã do sotaque, daquele carregado e aberto, mas já estou ‘cheia’ dele e já não me livro. Melhor que o sotaque é a linguagem e forma de estar que este possibilita (e disso sou eu fã n#1). Nesta cidade fala-se abertamente, as coisas são para ser ditas e falsidades e manhas são imediatamente apontadas. Os defeitos passam a ser feitios a céu aberto, se gostarmos compramos se não afastamos. Os amigos criam núcleos um pouco fechados, difíceis de penetrar, eu sei, mas são para toda a vida.
7 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?
Publicado originalmente em 6 de novembro de 2013