A “entrevista” de Fátima Campos Ferreira à ministra da Saúde, Marta Temido, ontem à noite, na televisão pública, dá continuidade a uma nova forma de fazer “jornalismo”: o “jornalismo” de cilada. →
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10. aos jornalistas pé-de-microfone,
que esta tarde cobriram o comício
de andré ventura com polícias, lembro
um provérbio espanhol: “cria corvos,
eles comer-te-ao os olhos”. →
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9. Certas vezes leio os jornais, e sempre aprendo alguma coisa, principalmente no domínio da arte dos títulos. No Público, na edição de hoje, descubro esta obra prima: “Alta traição de William com fantasma de Adrien preso no banco de nevoeiro” →
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8. Agora o verão. Havia um muro grande, junto à estrada nacional. Uma vez por ano, o cantoneiro, durante um dia, tosquiava as pequeninas flores que nasciam nas juntas das pedras, da base ao topo, e davam ao muro a invulgar beleza de jardim vertical. →
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7. Por que razão Portugal continua a arder? Antes de tudo, o abandono, há décadas, da agricultura de subsistência. Por que motivo houve subsídios para tanta coisa, e nenhum foi encaminhado para os pobres camponeses que trabalhavam a terra e, com esse rito arcaico, cuidavam a paisagem, raro património comum? Seu gesto, paciente e sofrido, mantinha vivo os montes, os rios, as levadas, os caminhos, o olhar. →
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6. Nos lançamentos dos seus livros no Porto, mesmo não sendo ele (Bento da Cruz) apresentador televisivo ou personagem das revistas cor de rosa, juntava pequenas multidões. →
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4. a ler a paisagem a alta velocidade a luz tenra
da tarde atravessando o bosque e logo os campos
ocupados pelos milheirais e de novo claridade →
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3. Uma vez, Luísa Dacosta disse-me que as flores da magnólia carecem de aroma. Remoí a humilhação em silêncio: →
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2. Karl persiste. Fracassada a primeira tentativa de mudar o mundo, abre A Palavraria →
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1. Os livros são perigosos →
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