DIEGO Herrera, que o usa o nome artístico Yayo, foi o vencedor do Grande Prémio do XVI PortoCartoon – World Festival (2014), com o cartoon “Garrafas de Plástico”. Natural da Colômbia, vive hoje no Canadá onde exerce a atividade de humorista gráfico e ilustrador em publicações daquele país, da Colômbia e dos Estados Unidos. Ainda não visitou o Porto, o que poderá ocorrer por altura do São João aquando da entrega dos prémios do PortoCartoon. Nesse momento poderá vivenciar a cidade muito dinâmica que idealizou e, naturalmente, saborear o doce e quente vinho que lhe deve o nome.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (cidade e país)?
Nasci em 1961, nas montanhas da Colômbia, numa terra que tem um nome insólito, Mesitas del Colegio.
Passei praticamente a metade da minha vida na Colômbia e a outra no Canadá. Tenho as duas nacionalidades, ou quase três, pois vivo na região separatista do Quebec. Sou um latino tropical num país nórdico, numa cidade onde se fala francês e inglês e onde vivem imigrantes vindos de todas as partes do mundo.
Para evitar uma crise de identidade, prefiro identificar-me como um ser humano, com as virtudes e as imperfeições que isso implica.
2 – Até hoje quais as cidades onde viveu de modo permanente?
Vivi na minha terra até aos meus 7 anos de idade, depois a minha família mudou-se para Bogotá, onde vivi cerca de 20 anos, antes de me radicar em Montreal, vai fazer 27 anos. Tenho um espírito vagabundo. No mundo há tantos lugares maravilhosos que quero visitar, pode-se dizer que sou um nómada residente em Montreal.
3 – Grau de escolaridade?
Sou licenciado em Publicidade e Marketing e em Desenho Publicitário. Iniciei o curso de Belas Artes, que ainda não conclui, pois enquanto estudante universitário comecei a fazer caricaturas para diários e outras publicações.
De todas as maneiras, gosto de aprender constantemente. Nunca se acaba de aprender.
4 – Atividade profissional?
Sou humorista gráfico e ilustrador, também sou professor e escrevo livros para crianças de todas as idades, – desde os 5 até aos 95 anos de idade e mais. Atualmente trabalho principalmente para publicações do Canadá, Colômbia e Estados Unidos.
5 – Em que medida o local onde nasceu e viveu influenciou a sua vida artística?
Seguramente que o lugar onde vives influência a tua maneira de ver e de fazer as coisas.
A terra onde nasci tem um clima quente e a exuberância tropical, em contraste com Bogotá, que é uma cidade grande e agitada, situada a 2600 metros de altura. O Canadá, com os seus longos invernos e o seu vasto território, é um lugar tranquilo – por vezes demasiado tranquilo – propício à reflexão e ao contacto com a natureza.
É claro que o Canadá, com a sua cultura mista, de origem francesa, inglesa, ameríndia e emigrante, somando a minha herança latino-americana, terá determinado em grande parte o carater da minha obra.
6 – Quando pensa em Porto (Portugal) lembra-se de quê?
Penso numa cidade muito dinâmica, à beira rio, com muita cor, com edifícios uns em cima dos outros e com varandas. Penso em algo que me fascina, como sejam os azulejos e, naturalmente, no vinho do Porto com o seu sabor doce e quente.
7 – Já visitou o Porto? Em caso afirmativo, por que motivo e qual a ideia com que ficou da cidade e da região?
Nunca visitei o Porto, mas este ano gostaria de estar presente na Festa do São João, descobrir a região e assistir à grande festa do humor, PortoCartoon.
8 – Endereço na Web para o podermos seguir?
A minha página na internet está em construção, mas na Web podem-se ver muitas referências sobre o meu trabalho.
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Vencedor do Grande Prémio do XVI PortoCartoon – World Festival
Botellas de Plástico/Garrafas de Plástico/Plastic Bottles)
É um desenho que fiz pensando numa situação horrível.
Agora mesmo, no mar flutua um continente feito de lixo, criado pelos seres humanos. A cobiça do homem é insaciável, até ao ponto de destruir a fonte primária da vida, a água, extinguindo-a. Para tornar mais absurda a situação, a água vende-se em garrafas de plástico, um material que demora centenas de anos a descompor-se e que acarreta consequências desastrosas para o meio ambiente. O preço de uma garrafa de plástico é mais caro do que parece.
Ironicamente, num mundo onde a informação está mais acessível que nunca, a insensibilidade prevalece. Por preguiça ou por conformismo, preferimos olhar para o lado. Perante a estupidez, o humor, a poesia e a criatividade são alternativas mais saudáveis que a violência e o desespero. Esperemos que um sorriso possa inspirar ações concretas, grandes e pequenas, que se multipliquem, como grãos de areia em torno da água mais limpa e justamente distribuída.
Tradução Danusca Oliveira
Original
1 – Fecha y lugar de nacimiento (ciudad y país)?
Nací en 1961, en las montañas de Colombia, en un pueblo que tiene un nombre insólito, Mesitas del Colegio.
He pasado prácticamente la mitad de mi vida en Colombia y la otra mitad en Canadá. Tengo las dos nacionalidades, o casi tres, pues vivo en la provincia separatista de Quebec. Soy un latino tropical en un país nórdico, en una ciudad donde se habla francés e inglés y viven emigrantes venidos de todas partes.
Para evitar una crisis de identidad, prefiero identificarme como un ser humano, con las virtudes y las imperfecciones que eso implica.
2 – Hasta el día de hoy que las ciudades donde vivió permanentemente?
Viví en mi pueblo hasta la edad de siete años, luego mi familia se mudó a Bogotá, donde sobreviví por casi 20 años, antes de radicarme en Montreal, hace 27 años. Pero tengo el espíritu vagabundo. En el mundo hay tantos lugares maravillosos que quiero visitar, puede decirse que soy un nomada residente en Montreal.
3 – La escolarización?
Me gradué en Publicidad y Marketing y en Dibujo Publicitario, luego inicié las Bellas Artes, sin terminarlas, pues siendo estudiante universitario comencé a hacer caricaturas para diarios y otras publicaciones.
4 – Actividad profesional?
Soy un humorista gráfico e ilustrador, también doy talleres y escribo libros para niños de todas las edades, – desde los 5 hasta 95 años y más – Actualmente trabajo principalmente para publicaciones de Canadá, Colombia y los Estados Unidos.
5 – ¿En qué medida la ubicación en la que nació y vivió influyeron en su vida artística?
Seguramente el lugar donde vives influencia tu manera de ver y de hacer las cosas.
El pueblo donde nací tiene un clima caliente y la exuberancia del trópico, en contraste con Bogotá, que es una ciudad grande y agitada, situada a 2600 metros de altura. Canadá, con sus largos inviernos y sus inmensos espacios, es un lugar tranquilo – a veces demasiado tranquilo – propicio a la reflexión y al contacto con la naturaleza.
Por supuesto, Canadá, con su cultura mixta, de origen francés, ingles, amerindio y emigrante, sumado a mi bagaje latinoamericano, ha determinado en gran parte el caracter de mi obra.
6 – Cuando uno piensa en Porto (Portugal) recuerda que?
Pienso en una ciudad muy dinámica, al lado del agua, con mucho color, con edificios unos encima del otro y balcones. Pienso en algo que me fascina, los azulejos, y naturalmente, en el vino de Porto con su sabor dulce y caluroso.
7 – ¿Ha visitado el Puerto? Si es así, ¿por qué y cuál era la idea de que la ciudad y la región?
No he visitado Porto, pero este año me gustaría estar presente para la Festa de São João, descubrir la región y asistir a la gran fiesta del humor, Portocartoon.
8 – La dirección Web para que podamos seguir?
Mi sitio esta en construcción pero en el Web se pueden ver muchas referencias a mi trabajo.
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Vencedor do Grande Prémio do XVI PortoCartoon – World Festival
Botellas de Plástico/Garrafas de Plástico/Plastic Bottles
Es un dibujo que hice pensando en una situación horrible.
Ahora mismo, en el mar flota un continente hecho de basura plástica, creada por los seres humanos. La codicia del hombre es insaciable, hasta el punto de destruir la fuente primaria de la vida, el agua, y convertirla en un objeto de consumación. Para hacer más absurda la situación, el agua se vende en botellas de plástico, un material que toma cientos de años en descomponerse y que acarrea consecuencias desastrozas para el medio ambiente. El precio de una botella plástica es mucho más alto de lo parece.
Ironicamente, en un mundo donde la información es más accesible que nunca, la insensibilidad prevalece. Por pereza o por conformismo, preferimos mirar hacia otra lado. Frente a la estupidez, el humor, la poesía y la creatividad son alternativas más sanas que la violencia y la desesperación. Esperemos que una sonrisa pueda inspirar acciones concretas, grandes y pequeñas, que se multipliquen, como granos de arena bordeando un agua más limpia y justamente distribuida.