ANABELA Dias, natural de S. Jorge de Arroios, Lisboa, veio viver para o Porto por opção. Gostou tanto (fez uma escolha acertada, dizemos nós) que vai para vinte anos que anda por cá a sentir as gentes, as expressões, os hábitos, em suma, a forma de estar na vida dos portuenses. A cidade, nomeadamente os padrões que “vestem” a maior parte dos edifícios, tem-lhe servido de inspiração para a sua atividade profissional. Já foi premiada pelas ilustrações que publicou, confirmando, quem sabe, as boas influências da sempre Leal e Invicta cidade.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
Depois de, ainda dentro da barriga da minha mãe, ter comido uma laranja à varanda, ao som das marchas populares do S. Pedro, resolvi conhecer o mundo no dia 30 de Junho de 1971, em S. Jorge de Arroios, Lisboa.
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Moro no Porto, em Lordelo do Ouro. No próximo Outono, farei 20 anos de moradora nesta cidade.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Vim morar para o Porto depois de terminar o meu curso. Aqui, tenho mesmo frequentado a escola da vida.
4 – Habilitações literárias?
Licenciatura em Pintura pela ARCA/EUAC, em Coimbra.
5 – Atividade profissional?
Depois de ter obtido um prémio de Ilustração na 7ª Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo em 1994, a ilustração para livros infantis e juvenis tem sempre feito parte da minha vida.
Fui diretora de arte na agência de publicidade Imaginato, no Porto, entre 1994 e 2002, e tornei-me freelancer desde a última data nas áreas da ilustração e design gráfico.
Conto já com mais de duas mãos cheias de livros editados com ilustrações minhas.
Obtive uma distinção no 15º Prémio Nacional de Ilustração 2011 com o livro A Menina de Papel, editado pela Trinta Por Uma Linha.
No concurso promovido pela livraria Poetria em 2013 para a ilustração da capa O Amor em Visita, a minha ilustração foi a selecionada.
Vencedora do concurso para a ilustração de Natal numa iniciativa da livraria Papa Livros em 2013.
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
A minha vinda para o Porto foi uma opção: o objetivo foi procurar aqui outras oportunidades e mais uma experiência de vida. Sinto muito o Porto-cidade: as gentes, as expressões, os hábitos, em suma a forma de estar na vida que é muito peculiar. A cidade é muito inspiradora: gosto muito de caminhar pelas ruas, cheirá-las, ouvi-las e observá-las (não posso deixar de referir os padrões que “vestem” a maior parte dos edifícios que cada vez mais me fascinam). É belíssimo, o nosso Porto
Por mais do que uma vez tive de sair pela cidade por ser uma boa ferramenta de trabalho: gosto de a desenhar e fotografar e estou sempre a descobrir novos detalhes. Também o dinamismo que se sente na cidade é de certa forma contagiante e serve de alavanca para sentirmos algum otimismo.
Gosto muito de viajar e tenho tido alguma sorte: é muito importante para observar o mundo com outros olhos. Isso permite-me apurar os sentidos. Todas as experiências são inspiradoras: as culturas diferentes, os museus, a música, a dança…
7 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?