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Anabela Borges (1970)

Anabela Borges (1970)

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7.
Tece-se o tempo em meadas de branco e chumbo,
braçadas de nostalgia.
tempestade em vista.
aconchega-se o corpo ao calor do amor
que tudo encobre,
tudo arrisca e salva. 

6.
CÉU DE JULHO

O céu dita dos fados o ensombrado estio;
ventos Norte são prenúncios
de dias mais curtos, 
sem as cintilações devidas
prometidas às andanças de Julho,
agitação às almas prisioneiras da Natureza. 

5.
INFÂNCIA

Um dia,
já fui criança
e tive uma casa com jardim.
Tive um cão e um gato,
persegui grilos,
voei como os morcegos,
espiei das folhagens os ninhos,
e contei estrelas
sem fim.

E, às vezes,
os pássaros cantavam
só para mim.

4.
E o dia repousa
no encanto da tarde: fim de dia.

3.
Quietudes crepusculares são auguros,

céus que se esvaem em fogo
sobre serras serenas, 

2.
Manda-me, amor,
notícias
da voz da terra 

1.
Visto a pele das manhãs
em tintas frescas lampejos →

ANABELA Borges, por mais que queira, não consegue evitar as influências do local onde tem vivido desde que nasceu. Os motivos, para sermos sinceros, são muitos e variados. Vão desde a paisagem, com especial relevo para o rio, ao património edificado, à memória dos artistas que por lá viveram e à vida das gentes. Daí que não seja de espantar que as ideias lhe nasçam como cogumelos (o terreno é muito fértil). Estamos a falar, claro está, da cidade de Amarante e do seu concelho, sem os quais Anabela não era o que é (parafraseando o seu conterrâneo Pascoaes).

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