EM 2013, José Pedro Sousa, arquiteto e docente na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), criou o Laboratório de Fabricação Digital (DFL – Digital Fabrication Lab), uma aposta da Faculdade numa área inovadora de investigação com recurso às tecnologias digitais de desenho e fabricação digital que permite desenvolver soluções personalizadas e materiais inovadores para as indústrias da arquitetura e da construção.
Para José Pedro Sousa, este Grupo de Investigação do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP permite “alargar a esfera da faculdade e da ação dos arquitetos para além daquilo que são as suas formas tradicionais”, numa estreita relação com o tecido empresarial.
Interessado na exploração de novas possibilidades conceptuais e materiais emergentes do uso de tecnologias avançadas de projecto e fabrico digitais, José Pedro Sousa desenvolve, desde 1999, uma intensa atividade prática que cruza as áreas da investigação, do ensino e do projeto em arquitectura. Em 2009 foi distinguido com o Prémio Jovem Investigador da Universidade Técnica de Lisboa / Caixa Geral de Depósitos na área de Arquitetura.
Com a atividade de docente e investigador, alia diversos projetos profissionais: foi cofundador do estúdio ReD, Research+Design, com base no Porto e Barcelona e é copromotor do projecto OPO’Lab no Porto.
Atualmente, José Pedro Sousa está a desenvolver vários projetos no DFL em parceria com o INESC TEC, Amorim Isolamentos, ITeCons, Weber Saint-Gobain, entre outras entidades. Para breve, está a ser preparado um Workshop no DFL para a CEPT University em Ahmedabad (Índia) para 2015, a par de várias participações previstas em conferências, exposições e publicações internacionais.
Naturalidade: Porto
Idade: 39 anos.
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Da sua dimensão e do facto de se situar numa excelente cidade.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Da burocracia de alguns processos e serviços sentida na gestão das actividades de investigação.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Todas as acções que contribuam para aproximar os diferentes centros de estudo e de investigação, como a promoção de um encontro científico forte da Universidade em ligação com a cidade.
– Como prefere passar os tempos livres?
Dentro do mar, em qualquer altura do ano, a fazer surf com amigos.
– Um livro preferido?
O Atlas do Corpo e da Imaginação, do Gonçalo M. Tavares… é algo mais do que um livro.
– Um disco/músico preferido?
Dependendo do momento, Pavement, Hauschka ou Royksopp.
– Um prato preferido?
Se me convidarem, um filet mignon, bem cortado e alto.
– Um filme preferido?
O Crash do Paul Haggis.
– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?
Uma viagem à Indonésia e conhecer ilhas como Bali ou as Mentawai.
– Um objetivo de vida?
Poder continuar a viver, fazendo aquilo que gosto.
– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
São muitas. Mas porque estamos a falar no âmbito da UP, acompanham-me as conversas que tive o privilégio de ter com o Professor Fernando Lisboa na minha Licenciatura, e que me motivam a estar permanentemente curioso e atento ao modo como outras disciplinas criativas e tecnológicas vão pensando e se expressando neste mundo.
– O projeto da sua vida…
Não tenho. Acho que seria muito aborrecido poder ter o projecto da minha vida. Há que cultivar o espaço para a indeterminação e para a surpresa.
– Uma ideia para aumentar a visibilidade da arquitetura portuguesa a nível internacional?
Por força das circunstâncias, os arquitectos portugueses estão cada vez mais espalhados por todo o mundo, e a destacarem-se nos trabalhos que realizam. Seria bom existir uma plataforma electrónica capaz de retratar essa amplitude, dinâmica e diversidade.
Por Carolina Medeiros publicado in http://noticias.up.pt/