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Ramon O’Callaghan (1954)

Ramon O’Callaghan (1954)

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ACADÉMICO. Empreendedor. Mas acima de tudo um Aventureiro apaixonado por novos desafios. Assim se pode resumir o perfil do espanhol Ramon O’Callaghan, que assumiu, este mês, a direção da Porto Business School, a escola de negócios da Universidade do Porto.

Recém chegado de uma experiência única – foi o responsável pela criação e desenvolvimento de uma escola de negócios, de raiz, na Ásia Central – Académico, coordenador de programas e director de escolas de negócios, o novo dean da Porto Business School conta com 30 anos de experiência na área da Formação para Executivos. Uma experiência a que se soma o seu gosto pela aventura, diversidade e a paixão por viajar, algumas das influências que a leitura dos romances de Júlio Verne, na infância, lhe trouxeram.

Licenciado e Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Telecomunicações pela UPC Technical University, Barcelona, Ramon O’Callaghan tem um MBA pela IESE Business School (1983) e é Doctor of Business Administration (DBA) pela Harvard Business School.

– Naturalidade?

Barcelona, Espanha.

– Idade?

60 anos (25/12/1954)

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

Iniciei funções recentemente, pelo que o meu conhecimento da Universidade do Porto ainda é limitado. No entanto, do que já tive oportunidade de conhecer, destaco a diversidade e alcance da U.Porto – a diversidade de escolas, programas e alunos, bem como os seus muitos laboratórios associados, incubadoras de empresas e spin-offs da Universidade. Outro aspeto que me tem impressionado bastante é a reputação da Universidade, quer ao nível nacional, quer ao nível internacional. Pessoalmente, admiro a abertura, atitude positiva e profissionalismo das pessoas com quem tenho tido oportunidade de interagir.

– O que menos gosta na Universidade do Porto?

Grandes instituições geograficamente dispersas (como a U.Porto) muitas vezes sofrem com a falta de mecanismos de intercâmbio / troca de conhecimentos e experiências entre as diferentes unidades e isso pode gerar algum tipo de mentalidade em “silo”. Não é algo que eu tenha experienciado no meu contacto com a Universidade do Porto, até ao momento, mas é algo que, pela minha experiência, posso antecipar que aconteça.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Enquanto “recém-chegado” parece-me arrogante fazer qualquer tipo de recomendação à U.Porto. O que eu desejo, porém, são boas relações de trabalho com Porto Business School. Estou confiante que possamos (Porto Business School e Universidade do Porto) trabalhar em conjunto em áreas de interesse comum, tais como as acreditações internacionais, actividades de promoção da inovação, e eventos e novos programas conjuntos.

– Como prefere passar os tempos livres?

Enquanto criança o meu hobby era construir modelos eletrónicos. Isto levou-me a estudar eletrotecnia na universidade. Atualmente não tenho muito tempo para hobbies, mas, durante a semana, passo o meu tempo livre a nadar. Ao fim-de-semana gosto de estar com a minha mulher e filhos, jantar fora, ir às compras, ir a uma atividade cultural, ou simplesmente caminhar. Nas férias gosto de caminhar, escalar montanhas, esquiar e viajar para novos destinos.

– Um livro preferido?

“A volta ao mundo em 80 dias”, de Júlio Verne. Júlio Verne é um espantoso mestre na arte de construir um enredo que fascine e apaixone o leitor. As suas obras são incomparáveis. Eu recordo-me como estas me fascinaram no passado. “A volta ao mundo em 80 dias” é uma obra-prima que estimulou a minha infância e me incutiu o gosto da aventura, a diversidade de culturas e a paixão por viajar.

– Um album/artista favorito?

Rock: “Hotel California”, pelos Eagles.

Clássica: “Water Music”, por Georg Friedrich Händel.

– Um prato favorito?

Podia mencionar vários pratos que aprecio, especialmente aqueles que são confecionados com peixe. Mas, para mim, o que realmente importa é toda a experiência envolvida, o que depende não só da comida em si, mas também do cozinheiro, da forma como o prato é apresentado e até contexto envolvente. Um dos meus restaurantes preferidos é o “Arzak”, em San Sebastian (Espanha). Entretanto, já comecei a descobrir alguns restaurantes muito bons no Porto e em Matosinhos.

– Um filme preferido?

“Casablanca”, 1942, com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.

– Uma Viagem de sonho?

Natal na Lapónia, no Círculo Polar Ártico. Ter a oportunidade de apreciar o fenómeno da aurora boreal e explorar a vida selvagem, de mota (da neve) e em trenós puxados por Huskies.

– Um objetivo de vida?

Criar valor para a sociedade ao fazer uma mudança positiva na vida das pessoas e das organizações como docente, empreendedor e gestor.

– Uma inspiração?

Leonardo da Vinci.

Muitas vezes descrito como o arquétipo do Homem do Renascimento (pintor, escultor, arquitecto, músico, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, geólogo, cartógrafo, botânico e escritor), ele é amplamente considerado como um dos maiores artistas de todos os tempos e, possivelmente, a pessoa mais talentosa em diferentes áreas, de todos os tempos.

– O que mais me impressionou no Porto?

Conheço Portugal há já algum tempo, mas nunca tinha estado no Porto.

Posso afirmar que o mais me impressionou até agora foi sua história e herança cultural, a beleza natural que envolve o Porto (Por exemplo, o Douro) e o espírito empresarial da cidade

Estive recentemente no Palácio da Bolsa. É um edifício que evoca um passado glorioso, imortalizado pelo valor artístico e simbólico que representa. Foi uma visita inspiradora que me ajudou a compreender a importante tradição do Porto na área do negócio, bem como o papel da sua mais antiga associação empresarial. Em analogia, fez-me pensar como a Porto Business School foi construída tendo como cenário um património histórico tão forte. Por esse motivo, parece-me que a própria Escola é também uma parte importante deste legado de comércio e negócio.

Por Mafalda Ferreira publicado in http://noticias.up.pt/

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