MIGUEL Coelho foi nascer à freguesia de Cedofeita, no Porto, para logo regressar com os pais ao concelho de Gaia, onde atualmente vive. A sua formação, enquanto arquitecto e ilustrador, desenvolveu-se na escola artística Soares dos Reis e na Escola Superior Artística, ambas do Porto. Os seus últimos trabalhos pretendem alertar contra o excesso de expansão urbana em detrimento da natureza, onde reside a genuína beleza. Retratam a força do homem que partindo de extensos eixos viários se vai apropriando dos elementos naturais.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
Nasci na freguesia de Cedofeita no Porto a 25 de Abril de 1980.
2 – Actual residência (freguesia e concelho)?
Vivi até aos 20 anos no centro de Vila Nova de Gaia. Actuamente resido na freguesia de Arcozelo da mesma cidade.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
A escola que guardo boas lembranças foi a Escola Artística Soares dos Reis, que nunca devia ter abandonado o antigo edifício na rua da Firmeza, não apenas pela história da própria instituição, e a sua proximidade com a Faculdade de Belas Artes, mas por se ter perdido um património simbólico que a estrofe de Fernando Pessoa (Deus quer, o homem sonha, a obra nasce, in O Infante) situada no gaveto com a rua D. Pedro IV, transportava e inflamava todos que a lessem carentes de inspiração mas afectos a grandes proezas, que é no fundo uma condição de um estudante de artes. Hoje com a escola de hotelaria parece ter perdido parte do seu sentido. A formação superior foi efectuada na Escola Superior Artística do Porto.
4 – Habilitações literárias?
Mestrado em Arquitectura.
5 – Atividade profissional?
Arquitecto e ilustrador.
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
A influência da cidade do Porto e a sua paisagem é indirecta ou inconsciente no meu trabalho, mas admito a sua importância por ser uma cidade que comporta muita diversidade de acontecimentos naturais que influencia decisivamente o desenvolvimento urbano e isso é uma riqueza que todos os habitantes nutrem sem valorizar particularmente, e só na pele de viajante nos apercebemos que há outros lugares que não comportam um património comparável.
Ainda assim, considero que a cidade do Porto é uma grande aldeia, óptima para viver, mas não a posso identificar como uma referência no universo LEGUMI, sendo este marcado pela densidade, por um grande volume de eixos viários e de afinidades industriais, essencialmente está mais próximo de enfatizar a força do homem sobre o natureza do que o seu contrário, como na ilustração Shadow (Sombra), que é uma metáfora do que estamos a falar, em que um elemento natural vigorosamente desproporcionado – neste caso uma lapa (Docoglossa) – é subjugado a uma urbanidade que o ensombra e se vai apropriando dele ao longo do tempo…
O processo de desenvolvimento de uma ilustração inicia-se geralmente pela representação da natureza, que é determinante na forma da composição, mas a mensagem que procuro transmitir é sempre de alerta contra o excesso de expansão urbana em detrimento da natureza, onde reside a genuína beleza.
7 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?
http://legumi.tictail.com/
https://www.facebook.com/legumi.info