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Rafaela Miranda em Viena

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RAFAELA Macedo de Figueiredo Carvalho Miranda é uma poveira que, aos 22 anos de idade, já tem duas pós-graduações em Direito Criminal e Internacional. Filha de António Miranda, antigo futebolista do Varzim e do Benfica e actual treinador no Kuwait, Rafaela também mora no estrangeiro. Está na Áustria a fazer um estágio na Missão Permanente de Portugal nas Nações Unidas e na Embaixada, em Viena. A jovem jurista aceitou o desafio de A Voz da Póvoa para dar a conhecer aos nossos leitores um pouco mais sobre a Áustria e a idiossincrasia dos austríacos.

Rafaela Miranda começou por uma abordagem comparativa entre a realidade portuguesa e a austríaca, no que concerne à qualidade e custo de vida: “os austríacos têm mais poder de compra do que os portugueses e, tal como seria expectável, quase tudo é mais caro cá comparativamente ao nosso País. A diferença de preços reflecte-se principalmente na compra de bens considerados supérfluos e na prestação de serviços (atendimento ao público ou comércio), devido à política generalizada de recompensação do esforço, dedicação e tempo empreendidos pelos trabalhadores durante o seu horário de trabalho”.

A jurista poveira também nos descreveu a maneira de ser e de viver dos vienenses: “são menos simpáticos e prestáveis do que o típico poveiro. As pessoas vivem mais fechadas sobre si mesmas e focam-se sobretudo nas relações profissionais. Além disso, levam muito a sério o cumprimento de regras e têm preocupação pelo meio ambiente. Há grande interesse em comprar produtos biológicos. Também existe muito respeito pela segurança e ordem. Para além de haver muito policiamento na rua, até agora não vi nem ouvi falar de nenhuma altercação, discussão ou confusão na via pública. Em poucas palavras, posso dizer que, na forma de estar, os portugueses são muito mais descontraídos, espontâneos e permissivos do que os austríacos”.

Rafaela Miranda está rendida à intensa azáfama cultural vivenciada em Viena: “à parte de considerar impressionante a rede de transportes públicos (eléctrico, comboio, metro e autocarro) já que cobre toda a cidade e providencia viagens rápidas e a um preço justo, tenho que destacar a minha especial admiração pela aposta austríaca na cultura! Não há um único dia em que não haja um evento, um concerto, um festival ou uma sunset party no rooftop de um museu, por exemplo. Contemplar jovens a tocar música clássica na rua é uma constante, bem como ver todos os jardins, após o horário de trabalho, cheios de gente a conviver ou a beber um copo de vinho. Os austríacos valorizam imenso o lazer e o tempo livre. Portanto, aproveitam-no da melhor maneira. Deixam de parte o consumismo ou as idas às compras e optam por actividades culturais, de preferência ao ar livre. Por isso, todos os espaços comerciais fecham por volta das 19 horas durante a semana e nem sequer abrem aos domingos. Em Viena, o Domingo é considerado o dia para descansar, passear, estar com amigos ou até nadar no Rio Danúbio”.

Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA

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