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Manuel Armindo Andrade Moita (1943)

Manuel Armindo Andrade Moita (1943)

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MANUEL Armindo Andrade Moita nasceu na Póvoa de Varzim em 1943. Casou com Ana Rato e é pai de um filho e duas filhas. Em 2007, casou em segundas núpcias com Arminda Carvalho. Primeiro a aprender a arte, depois a criar e, por último a vender ao balcão, foram quase 60 anos de dedicação e trabalho na Ourivesaria Tavares. “Depois de sair da escola fui aprender a arte de ourivesaria para a oficina do António Marques. Nunca fui moço de recados, comecei logo a aprender a polir e, aos poucos, com olhos de ver os outros fazer, fui arriscando a meter as mãos no ouro e a dar-lhe forma. Um ano e meio depois fui trabalhar para a Ourivesaria Tavares, por intermédio do senhor Simão, irmão do Miguel Tavares. Como tinha algumas bases de ourivesaria, já serrava, fundia e fazia algumas peças, apostaram em mim e aprendi a trabalhar o ouro e a dar-lhe beleza. Fiz muitos brincos de rainha, conhecidos por brincos minhotos. Fazia-se um molde, puxava-se a barra do ouro para a grossura que queríamos e, com um riscador, desenhava-se a peça e fazia-se à mão. O coração minhoto e a cruz poveira eram peças que se vendiam bem e também fiz muitas. Entre ourives, cravadores, gravadores e relojoeiros, trabalhavam na oficina mais de duas dezenas de funcionários”.

A experiência de ourives foi uma preciosa ajuda que Manuel Armindo levou para o balcão: “quando fui para o balcão tinha perto de 30 anos e estava dentro de tudo o que era ourivesaria. Fui adquirindo prática no atendimento ao balcão e a fazer feiras com o Simão Tavares. Com o tempo, chegava a ter pessoas que esperavam por mim para serem atendidas. Aos sábados a oficina estava fechada, mas quando aparecia um cliente que pretendia alargar um anel ou soldar uma corrente, eu pegava na ferramenta e fazia o trabalho. Por norma sabemos o preço das reparações, mas se for um serviço demorado, a peça fica e damos um orçamento para o cliente decidir”. E recorda: “as pessoas que vinham de fora identificavam a ourivesaria pelo relógio no exterior. Um dia foi para arranjar e demorou imenso tempo. As pessoas passavam e ficavam indecisas, olhavam pela montra, viam o Armindo ou o senhor Miguel e entravam. Éramos a referência até o relógio voltar ao lugar. Quando eu entrava nas finanças, no banco ou em qualquer estabelecimento era sempre bem recebido. Devo isso ao balcão e à ourivesaria onde fui sempre bem tratado”.

Por José Peixoto. Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA

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