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Pedro Estorninho (1974)

Pedro Estorninho (1974)

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6.
DAS ORIGENS

Rebentar como a terra,
avançar devagar no corpo do fogo.
Distância a distância
a terra rebentou para lá de outros mitos,
para lá de outros credos.
Rebentou assim
acima dos nossos pés.
Coisas como nomes suspendem-se em Oliveiras,
olham para baixo, fecundam o chão,
cedem ao vento.
Rebentam como a terra.

5.
ESPERANÇA

Nos óbvios da cidade
encontro sempre
algum resistente! 

4.
LUZES

Sei que no meio do fogo,
a mesa ficou ausente.
Quantas luzes consegues
erguer na noite? 

3.
MAR

Sei que os teus braços
tomaram a posição certa.
Que o balanço do teu corpo
me trouxe o cheiro do mar. 

2.
AS TARDES

As tardes ardem lentamente.
Não passam ou se gastam,
simplesmente ardem. 

1.
DIÁSPORA

No tempo de uma árvore,
vejo a alta memória do mundo e dos homens. 

Nascido em Lisboa em Março de 1974 é Dramaturgo/Encenador e director artístico da companhia TEatroensaio, habita no Porto desde 2007. Já conta com várias publicações na área do conto, romance e teatro. O seu mais recente livro foi “Contos da Terra Estreita“.

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