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As escamas do tempo

As escamas do tempo

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ESTRADA fora, lembrando-me das saias das raparigas
E o bom que era eu com elas. Dancemos! Dancemos!
Agora há uma montanha. Depois não há montanha.
Agora, volta a haver.                (Donovan, anos 70)
Escurece e tudo fica mais luminoso, que o sol acende
Nostalgias. Olho o verde garrafa da vegetação. Um
Incêndio, chama por mim, no céu do poente. Amor!
Bebo café, danço ao sabor de uma chuva miudinha que
Nada fazia prever. Ouço na rádio a notícia do meu
Desaparecimento. Ninguém me procura. Fugo, bebo e
Desisto. O pai, sempre o pai, espera-me. Despeço-me
De ti: Mãe! Há uma montanha. Depois não há montanha
Agora volta a haver. De novo. Agora há….. ( coro)
O tempo morre e ressuscita. Primeiro há uma montanha
Lisboa (outubro 2016)

Carlos Arinto vive em Lisboa, Portugal.

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