1.
A manhã é uma concha de água azul
Onde o sol mergulha e flutua.
Por Luís Veiga Leitão, in A bicicleta e outros poemas, Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, página 38.
2.
uma harpa de orvalho
anuncia a manhã.
Por Francisco Duarte Mangas, in A fome apátrida das aves, Modo de ler, página 168.
3.
Manhã de não sei quando, manhã que não existe e vou desenterrá-la tal qual, azul e névoa, névoa e mar…
Por Raul Brandão, in Os Pescadores, Estante Editora, 2.ª edição, agosto de 2010, página 31.
4.
MANHÃ DE MAIO
Na padaria da esquina alguns
poucos clientes bebem meia
de leite e comem regueifa
quente com manteiga… Sais
para a rua ainda deserta
à espera de sentires nos lábios
o primeiro beijo da manhã
Por Jorge Sousa Braga in Porto de abrigo, Assírio & Alvim, novembro 2005, página 33
5.
MANHÃ
Vindo da penumbra do corredor
chegas à cozinha onde o sol
entra pelo janelão A luz cega-te
esperas um pouco e reabres os olhos
Habituado à intensidade da luz
só tens tempo de perguntar
– o que fizeste para merecer
tanta felicidade
Por PML