1.
Eterna viúva condenada a trabalhos forçados.
Por Francisco Duarte Mangas, in O noitibó, a gralha e outros bichos, Editorial Caminho, Setembro de 2009, página 28.
2.
Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.
Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.
Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.
Assim devera eu ser
se não fora não querer.
3.
Com a formiga viajei,
Quase de braço dado…
Senhora formiga
É bom que se diga
Que tu és má:
Vais à alma, a pé,
P’ra roubar até
O que lá não há…
Alexandre O’Neill in Poesias completas & dispersos, Assírio & Alvim, março 2017, página 79