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João Evangelista Silva (1957)

João Evangelista Silva (1957)

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JOÃO Evangelista Moura da Costa e Silva começou a passar música em discotecas, primeiro na Póvoa de Varzim, cidade onde nasceu no ano de 1957, e depois em Braga. A carreira de disco-jóquei iniciada em 1979, na discoteca da Estalagem Stº André, veio dois anos depois a ser partilhada com o trabalho de funcionário administrativo na Câmara Municipal.

Actualmente, dá voz a um programa aos domingos, na Rádio Onda Viva, mas o bichinho vem de longe: “Em 1982, o meu amigo e jornalista Joaquim Xavier, aos sábados à tarde, ia com o Álvaro Costa e o Fernando Rocha, actual vereador da Cultura da Câmara de Matosinhos, colaborar no programa do Jaime Fernandes, na Rádio Porto. Um dia fui com eles e fiquei fascinado”.

Não tardou muito e estava a integrar uma equipa de fundadores da primeira rádio pirata na Póvoa: “Comecei a ouvir falar nas rádios piratas e um dia sintonizei, perto das onze da noite, uma voz que me pareceu do Júlio Guerra. No trabalho confrontei-o e ele, um pouco a medo pela coisa clandestina, confirmou. As experiências estavam a ser feitas no sótão da casa do Rui Soares e juntei-me ao pequeno grupo que incluía ainda o técnico Domingos Sousa”.

João Silva passava música em discotecas e começou a gravar umas cassetes, com música já misturada. “Era para se ouvir num pequeno leitor que eles tinham. A antena era colocada no telhado, presa a um cabo de vassoura, mas sempre com receio que algum vizinho acusasse”, recorda.

A falta de meios e de condições para levar avante o projecto de uma rádio levou o quarteto clandestino a procurar um financiador: “Como o projecto passava por melhorar os equipamentos, mas não havia dinheiro, surgiu a ideia de falar com o construtor civil Avelino Gomes do Monte. Fomos ao seu escritório e explicámos que estávamos a dar os primeiros passos mas tínhamos um projecto bem mais ambicioso. Ele ficou agradado com a ideia e passou um cheque muito generoso. Nem publicidade quis, apenas nos incentivou a criar uma rádio que honrasse a Póvoa”.

Depois de comprar, no Porto e em Espanha, alguns aparelhos e peças para um novo emissor, João Silva lembra que a rádio passou a ganhar mais ouvidos: “Foi tudo em crescendo. Os estúdios foram saltitando de lugar até chegarem à casa do Júlio Guerra. De Rádio Mistério passou a Improviso e emitiu alguns anos, até ao Natal de 1988, em Onda Verde. Recordo que um dia, antes de emitirmos da casa do Júlio Guerra, demos uma volta pela cidade e percebemos que éramos ouvidos na Avenida dos Banhos. Começámos a imaginar aqueles carros todos a ouvir a nossa rádio”.

Em pouco tempo a Onda Verde foi dando corpo e horas às emissões, a equipa foi crescendo até às 24 horas e a rádio instalou-se numa loja das galerias Premar. “Passámos a ter uma grelha de programas. Eu passava música de dança no ‘Espaço Calua’, o nome da discoteca do Manuel Agonia, que patrocinava o programa. Como eu passava música na discoteca, trazia os discos para o programa. Na rádio, muita gente trabalhou graciosamente. Recordo a Albina Dias que tinha um programa de poesia, mas também a Teresa Lima que era a telefonista de serviço. Atendia as chamadas e passava as mensagens. Houve uma fase que até missa transmitimos e chegámos a ter um programa religioso com o padre Fonte e o padre Torres”.

Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA.

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