FERNANDO Mesquita Peixoto nasceu em 1940, em Miragaia, Porto. Viveu, até aos 14 anos, num colégio para órfãos, onde fez a quarta classe e o exame de admissão ao liceu. Depois foi viver para casa do pai até casar, aos 19 anos, com Margarida Amorim Tavares. É pai de dez filhos. Foi dois anos soldador e depois enveredou pela hotelaria até se aposentar.
“Até me casar ainda fui soldador de estanho na fábrica ‘Lira Latas’, uma empresa que fazia todo tipo de latas para tintas, bolachas e conservas. Eu soldava os fundos e as tampas. Depois fui para a indústria hoteleira, onde trabalhei em bares, cafés, restaurantes, hotéis e no restaurante do Casino da Póvoa”, recorda Fernando Peixoto.
Como queria ser um verdadeiro profissional nunca rejeitou a formação: “Comecei como empregado de mesa, mas depois vim para a Póvoa trabalhar no Hotel Vermar e tirei um curso de cozinheiro, profissão que ainda exerci alguns meses no restaurante do Casino, no tempo do Salvação Barreto. Como empregado do Grande Hotel tirei os cursos de balcão e mesa. A partir daí trabalhei em bares e restaurantes, sempre à procura do melhor salário”.
Fernando Peixoto recorda que quando começou na hotelaria se trabalhava à percentagem: “Não tínhamos ordenado e quem desse mais, mais amigo era. Havia uma tertúlia no antigo café Predilecto, entre empregados de bar e restaurante, que em conversa revelavam as percentagens que recebiam ou onde havia uma casa a precisar de empregados”.
E recorda alguns restaurantes e cafés onde trabalhou: “Em Vila do Conde fui cozinheiro na Cozinha Aberta, e chefe de mesa na Estalagem do Brasão. Mas foi em cafés que mais trabalhei. No Enseada, Diana Bar, no Pelintra e no antigo Farol. Durante três anos tomei conta do Café 2001, em Aver-o-Mar. Saí de lá para ser chefe da cervejaria Bela Atlântica, mas depois tive um AVC e aposentei-me”.
O associativismo desportivo foi sempre a grande paixão de Fernando Peixoto: “Nos meus primeiros tempos de hotelaria, na altura do Mundial de 1966, trabalhava no Café Avenida, que ficava perto do velho campo Santana, do Leixões, em Matosinhos. Aí fundei, com o filho do patrão, uma equipa de futebol com o nome do café, onde jogavam o Horácio, o Tibi, o Fernando Ferreira e o Teixeira, conhecidos por ‘bebés’ do Leixões. Participávamos em torneios populares no campo do Leça. Curiosamente, encontrei-os no Varzim quando vim para cá viver em definitivo”.
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