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Contra as obras no centro de Santo Tirso

Contra as obras no centro de Santo Tirso

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UMA petição com 1.136 assinaturas contra obras previstas pela Câmara de Santo Tirso para duas praças da cidade foi entregue na terça-feira, à noite, aos responsáveis autárquicos, informou hoje o promotor da iniciativa, Daniel Azevedo.

A entrega ocorreu após a terceira sessão de esclarecimento sobre o assunto, explicou.

Daniel Azevedo disse à agência Lusa querer “combater a descaracterização do centro de Santo Tirso” que as anunciadas obras para o Largo Coronel Baptista Coelho e a Praça Conde de São Bento “vão promover, alterando drástica e irreversivelmente a traça que as caracteriza”.

Lançada a 06 de dezembro, após a primeira de três sessões de esclarecimento promovidas pela autarquia – e que, segundo o promotor, “tem provado de forma crescente o descontentamento dos tirsenses” -, a petição surge para evitar que “dois espaços identitários da cidade sejam alterados” através da “eliminação do trânsito automóvel, criação de ciclovias e retirada dos jardins”.

Contestando a argumentação da câmara de avançar com as obras em 2018, num investimento que ronda os 2,6 milhões de euros, em nome da “sustentabilidade” o texto da petição refere que “para se manter um espaço sustentável, é necessário protegê-lo mantendo a sua integridade e identidade, e assegurar que a sua funcionalidade, ao invés de o prejudicar, ajuda-o a sobreviver e a se reforçar”.

“Uma cidade sustentável é uma cidade que procura evitar a criação de pontos de stresse, acumulação exagerada de atividade com o consequente desgaste e pressão ambiental, tanto pela poluição atmosférica como pela poluição sonora e visual. Uma cidade sustentável procura desconcentrar, diversificar”, lê-se ainda no documento.

O presidente da câmara, Joaquim Couto, em comunicado enviado à agência Lusa, lamentou a “instrumentalização política” que considerou ser o aparecimento de petição pública, argumentando que “não há projeto” nem “decisões fechadas” nem “soluções definitivas”.

“Se assim fosse, não faria sentido uma discussão pública sobre o tema”, argumentou o autarca, para quem a “valorização do sistema urbano das cidades e dos territórios é uma condição fundamental para dar resposta aos objetivos estabelecidos por Portugal e pela Europa, no âmbito da Estratégia 2020”

Salientando que “há um tempo para ouvir e outro para decidir”, Joaquim Couto disse que apesar de a autarquia estar em “condições de avançar com os projetos de intervenção no Largo Coronel Baptista Coelho e na Praça Conde de São Bento”, tal não significa que “seguirá a linha dos estudos prévios”, prometendo a sua continuação antes da “solução final” ser apresentada.

Publicado in Diário de Notícias

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