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Raquel Fernandes (1989)

Raquel Fernandes (1989)

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COMEÇOU o projecto em 2014 e desde então não tem parado. Na altura, em jeito de trabalho de mestrado — em Ilustração e Animação, no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave —, Raquel Fernandes estava longe de imaginar que as Histórias Sem Interesse iriam fazer parte da sua vida durante vários anos. Sempre gostou de “escrever pequenas histórias, criar personagens e bonecos”, confessa ao P3, e ilustra agora o que de mais caricato lhe acontece em casa, na rua ou simplesmente no autocarro — isto com o Porto, a cidade onde nasceu, sempre como pano de fundo.

“O projecto é sobre as minhas vivências, o meu dia-a-dia e as influências da minha família, dos meus amigos e do que me vai acontecendo”, explica a ilustradora. “É mesmo autobiográfico.” As personagens, conta, são baseadas nos amigos e na família. “Claro que são exageradas. Às vezes dizem-me ‘Raquel, mas eu não sou assim” e eu respondo que têm de ter calma, porque são bonecos.” E as ideias surgem do que lhe vai acontecendo. Aponta, desenha, faz a composição e cria o cartoon — e Quica, o seu alter-ego, repete a experiência, desta vez no papel. “E depois adapta-se, especialmente no humor, para ter sempre mais um bocadinho de piada.”

Raquel (Sem Interesse) vê nas várias feiras que frequenta uma oportunidade de divulgar as ilustrações — e chega, inclusive, a publicar, quinzenalmente, uma tira no Correio do Porto. “Tem sido um processo vagaroso”, refere a ilustradora de 28 anos. “Aos bocadinhos vou tendo algum feedback e incentivos para que não pare, para que continue a fazer as histórias.” Já tentou apresentar o projecto a algumas editoras, mas até agora ainda não teve feedback positivo. “Tudo tem sido financiado por mim. Por isso, sim, é um projecto que faço nos meus tempos livres, à parte da minha profissão.”

Por Miguel Ângelo Afonso publicado in P3

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