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Sete perguntas a Marília Miranda Lopes

Sete perguntas a Marília Miranda Lopes

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MARÍLIA Miranda Lopes nasceu no Porto, onde atualmente reside durante o período em que exerce a actividade de professora do 3.º ciclo e Ensino Secundário, regressando depois ao centro de Vila Real. Foi nesta cidade que viveu grande parte da vida e ali conviveu com o avô e poeta Alberto Miranda e o tio Alberto Augusto Miranda, que a motivaram para a escrita e para a música. E assim se tornou poeta e autora de canções, guitarrista e cantora no projecto Marília Miranda – quarteto.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

Nasci no Porto, em Maio de 1969, mais precisamente na Ordem do Terço, freguesia da Sé.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Resido, actualmente, em Vila Real. Em tempo de aulas, moro na rua de Serralves, no Porto.

3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?

Frequentei o Liceu Camilo Castelo Branco e, posteriormente, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

4 – Formação académica?

Sou licenciada no Curso de Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses e também Formadora pelo Círculo de Formação Contínua de Braga, em Oficinas de Escrita (poesia e teatro).

 5 – Atividade profissional?

Sou professora do 3.º ciclo e Ensino Secundário, dramaturga na Filandorra – Teatro do Nordeste e autora de canções, guitarrista e cantora no projecto Marília Miranda – quarteto.

6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?[1]

O facto de ter vivido grande parte da vida em Vila Real influenciou o meu trabalho poético e musical: em primeiro lugar, por ter sido naquela cidade que convivi com o meu Avó, o poeta Alberto Miranda que me ensinou diversas matérias relacionadas com a Literatura, assim como o meu Tio Alberto Augusto Miranda que, além de me motivar para a escrita, ainda me ensinou a cantar. Nos anos setenta interpretei canções de autoria do meu Tio por várias salas de espectáculos, com o grupo Futuro. Depois, nos anos oitenta, comecei a escrever os meus primeiros textos no extinto jornal “A Região”. Mais tarde, nos anos noventa, foram publicados os meus primeiros livros. Fui também escrevendo canções que cantava na banda Terceira Margem, onde era vocalista e guitarrista.

É evidente na minha escrita – assim a considero – a influência, ainda que inconsciente, das vivências, quer nas cidades nortenhas onde vivi, quer nas aldeias de Sanfins do Douro e Alijó (onde passava na infância algum tempo, de quando em vez, para visitar familiares do lado paterno). Por outro lado, a passagem pela universidade também me proporcionou aprendizagens relevantes.

Devo referir que o contacto com poetas e escritores, como António Cabral, Aurelino Costa, Casimiro de Brito, Iolanda Aldrei, A.M. Pires Cabral, Gisela Gracias Ramos Rosa, Miguel de Carvalho, Xosé María Vila Ribadomar, Maria João Cantinho, Sara F. Costa, Maria João Raynaud, Estela Guedes, Rochi Nóvoa Vasquez, Arnaldo Saraiva, Xavier Díaz, Alberte Momán Noval, Miguel Miranda, Regina Melo, Mar Becker, Alfonso Láuzara Martínez, Rosa Enríquez, Regina Guimarães, Xavier Frías Conde, Maria Toscano, Victor Oliveira Mateus, Ramiro Vidal Alvarinho, Rui Almeida, João Rasteiro, Rui Pires Cabral, entre outros autores, foi muito enriquecedor, na perspectiva da partilha e da amizade.

Das leituras que fui fazendo – e essas vão, evidentemente, mais além dos lugares físicos -, também posso garantir que das mesmas provem alguma bagagem que levo na memória. A este propósito, o meu livro “Victorianas” (Labirinto de Letras, 2015) condensa duas dimensões espácio-temporais: o tempo vivido e o tempo histórico. Para não estar a alongar a resposta à pergunta seis, devo referir que a memória é um dos fios condutores deste conjunto de textos.

A paisagem duriense, por outro lado, foi decisiva para escrever o “Duendouro – Era uma vez um rio…” (Ed. Afrontamento, 2007) e o “Castas” (Colecção da Porta Verde do Sétimo Andar, Galiza, 2012). Em janeiro de 2019, sairá uma segunda edição deste livro, pela Ianua editora, mas desta vez será bilingue.

7 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?

Na blogosfera, criei o Cosmoscripto. No entanto, poderá dar-se o caso de não estar visível para o público.

[1] A pergunta pressupõe a defesa da teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois seguida em Portugal por Orlando Ribeiro, segundo a qual o meio (paisagem, rios, montanhas, planície, cidade e, acrescentamos nós, linguagem, sotaque, festividades, religião, história) influencia as opções profissionais e artísticas dos naturais desse lugar.

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