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Seninho – Arsénio Rodrigues Jardim (1949-2020)

Seninho – Arsénio Rodrigues Jardim (1949-2020)

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SENINHO jogou ao longo de quase toda a década de 70 no FC Porto, passou por Angola, foi internacional e acabou a carreira nos EUA após os dois golos em Manchester. Morreu esta madrugada, aos 71 anos.

Seninho foi um dos jogadores mais marcantes do FC Porto ao longo da década de 70, tendo conquistado um Campeonato e uma Taça de Portugal ao serviço dos dragões. Morreu esta madrugada, no Hospital de São João do Porto, aos 71 anos feitos a 1 de junho, vítima de complicações pulmonares.

“Lamento a perda de um desportista de eleição, como tem acontecido ao longo da nossa vida, infelizmente é isto. Tem um trajeto de grande qualidade dentro do campo não só fora dele, há que lamentar a perda de uma pessoa como ele”, comentou Sérgio Conceição, técnico dos dragões, na conferência para o jogo do Belenenses SAD.

Chegado às Antas em 1969, Arsénio Gonçalves Jardim, que sempre foi conhecido como Seninho, jogou ao longo de sete temporadas nos azuis e brancos, até 1972 e mais tarde entre 1974 e 1978, tendo pelo meio passado pela equipa angolana do FC Moxico – por causa do serviço militar, tendo sido também campeão nacional. Foi lançado em setembro de 1969 pelo romeno Elek Schwartz, num empate a três frente à Académica nas Antas. Nesse período representou a Seleção em quatro ocasiões, tendo marcado um golo.

No total, o antigo extremo e avançado realizou um total de 149 jogos ao serviço do FC Porto, tendo marcado 34 golos. Esteve no plantel que quebrou o longo jejum de 19 anos sem Campeonatos em 1978, tendo ganho também a Taça de Portugal na temporada anterior. Em 1978, naquele que foi o ano a seguir à reforma da grande figura da equipa, o brasileiro Pelé, mudou-se para o New York Cosmos a troco de 20 mil contos (uma fortuna na altura), tendo terminado a carreira numa outra equipa norte-americana, os Chicago Sting.

Para isso muito contribuiu um dos melhores encontros de Seninho pelos azuis e brancos, na segunda mão da segunda eliminatória da Taça dos Vencedores das Taças, a 2 de novembro de 1977: após um 4-0 nas Antas diante do poderoso Manchester United com hat-trick de Duda e mais um golo de Oliveira, os ingleses conseguiram o objetivo de marcar cinco golos (dois de Murça na própria baliza, além do bis de Coppell e mais um de Nicholl) mas o avançado nascido em Sá da Bandeira também bisou, dando a passagem aos quartos da competição onde os dragões acabariam por cair frente aos belgas do Anderlecht (1-0 em casa, 0-3 fora).

“Segundo me disse depois o Pelé, eles já me conheciam pois tinham vindo a Portugal ver alguns jogos mas ninguém soube. No final do jogo, fiquei a saber que os olheiros do Real Madrid, do Atl. Madrid, do AC Milan e até mesmo o próprio Manchester United tinham gostado da minha exibição. Fiquei naturalmente entusiasmado. Mas foi na manhã seguinte ao jogo de Manchester que o representante do Cosmos me colocou uma proposta fabulosa à minha frente. Meio milhão de dólares e um contrato para três anos. Era mesmo muito dinheiro para aquela época e aceitei de imediato, mas também avisei que tinha uma entidade patronal que tinha o direito de opção sobre o meu passe e que teria primeiro de falar com o FC Porto. Tive algumas dificuldades em sair do FC Porto, mas a situação acabou por se resolver para bem de todas as partes”, recordou em entrevista ao jornal Record.

Por Bruno Roseiro publicado in Observador

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