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Verossímil por Adélia Prado

Verossímil por Adélia Prado

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Antigamente, em maio, eu virava anjo.
A mãe me punha o vestido, as asas,
me encalcava a coroa na cabeça e encomendava:
“canta alto, espevita as palavras bem”.
Eu levantava voo rua acima.

in Reunião de Poesia, edições BestBolso, Rio de Janeiro 2020, página 80

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