Cigarro no canto da boca
olhar semicerrado… E alta a cabeça, erguida como quem contraria o chão. É sábado e Van Diepen faz-se ao mar. Deixa o cigarro boiando na sarjeta e entra na peixaria do bairro onde compra dois dedos de conversa a troco de quatro enguias fumadas; também não lhe desgostaria trinchar o enorme robalo por detrás da banca ou mergulhar com ele ‘be a sport’ numa saraivada de palavras mas a onda meditativa trava-lhe o passo que desliza… Van Diepen sai irrealmente a morder uma maçã.in os dias limpos, Edições Eufeme, 2019, página 24