Deito-me vestido de branco, a Primavera aproxima-se.
Penso na Cidade das Portas Brancas, onde não posso estar.
Os teus aposentos vermelhos, ocultos pela chuva, acossados pelo frio.
Recordo esse dia distante, em que parti.
As noites são longas, intervalos breves de sono.
Envio-te este presente, um par de brincos de jade –
contemplo um ganso solitário, entre a vastidão das nuvens.
versão de José Alberto Oliveira in Chuva de Primavera e outros poemas, Assírio & Alvim, outubro de 2001, página 43