Entre Hydra e Spetse onde o ar remoinha
eis que vejo vir, menina-golfinha.
– Corpete, meu bem, não trazes contigo?
aonde vais tu nua, a ver teu amigo?
– Amigo não tenho, já respondia,
ando a investigar esta freguesia.
Mergulhando esconde-se no mar largo,
mas volta a subir, agarra-se ao barco.
Deus louvado curvo-me a ver se a vejo
e logo a malvada me dá um beijo.
Como a limões cheiram-me os seus dois seios,
e dá-lhe o azul no olhar em cheio.
– Sobe, anda, meu bem – e fomos embora
demos cinco voltas pelo céu fora.
in A Grécia de que falas…, Antologia de poetas gregos modernos, tradução de Manuel Resende, Língua Morta, fevereiro de 2021, página 106