Duarte Solano (1889-1915)
A aventura da vida, ébrio da sorte, / Vês quasi finda e pões-te a meditar, /A cismar – (ai de ti! com medo à morte!) / No que passou para não mais voltar.
José Alberto Mar (1955)
Enquanto o horizonte é a eternidade de uma linha / vem saber o brilho do ouro a crescer / no fim subterrâneo da terra. Vem sabe
César Augusto Romão (1951)
Onde estás tu / está o desejo... // Peixe do mar / sobrevivendo neste rio / de margens ocultas, // entre as tuas mãos…
Nuno Rocha Morais (1973-2008)
Não me demoro, prometo: / Há, afinal, tantos indícios / De que também o mundo tem pressa,
Rui Reininho (1955)
Quando um barco tem pés para nadar / as ondas só vêm chatear / Lá do fundo do mar imundo imenso sais / Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais / e vendes o cais
Sérgio Ninguém (1976)
por vezes / ouço a voz do barro / violenta e terrível / na manobra da / terra mole nas mãos gastas
João Manuel Ribeiro (1968)
Outro e outro e outro / não se cansam os relâmpagos / de beijar a montanha
Manuel António Pina (1943-2012)
Real, real, porque me abandonaste? / E, no entanto, às vezes bem preciso / de entregar nas tuas mãos o meu espírito / e que, por um momento, baste
Miguel Gomes (1975)
Por entre as folhas de tília / onde os teus passos molhados saciavam a tarde / havia um vazio musicado,
Jorge Gomes Miranda (1965)
Se outras preferiam os tecidos de seda / do desejo / ela dava-se à ganga coçada / do amor / depois de noites mal dormidas.
Anabela Borges (1970)
Tece-se o tempo em meadas de branco e chumbo, / braçadas de nostalgia. / tempestade em vista.