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Manuel António Pina (1943-2012)

Manuel António Pina (1943-2012)

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MORREU esta sexta-feira à tarde, no Porto, o escritor e jornalista Manuel António Pina. Galardoado em 2011 com o Prémio Camões, o mais importante da Língua Portuguesa, Manuel António Pina tem uma vasta obra de poesia e literatura infantil, sendo também autor de inúmeras peças de teatro e de livros de ficção e de crónica.

Manuel António Pina, jornalista, poeta e escritor tinha 68 anos, nasceu no Sabugal, licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Vivia no Porto e foi jornalista do “Jornal de Notícias” durante três décadas, sendo repórter, redator, editor e chefe de Redação, mantendo até há poucos meses, na última página do JN, a crónica “Por outras palavras” e foi ainda cronista da “Notícias Magazine”.

Conheça a bibliografia de Manuel António Pina

Foi galardoado em 2011 com o importante Prémio Camões, e a sua vasta obra é fundamentalmente constituída por poesia e literatura infantil, sendo também autor de inúmeras peças de teatro e de livros de ficção e de crónica. Algumas dessas obras foram adaptadas ao cinema e televisão e editadas também em disco.

Na área da literatura, destacam-se os livros “O país das pessoas de pernas para o ar”, “O têpluquê”, “Gigões & anantes”, “História com reis, rainhas, bobos, bombeiros e galinhas”, e “O tesouro”, enquanto que na poesia, sobressaem os títulos “Nenhum sítio”, “Um sítio onde pousar a cabeça”, “Cuidados intensivos”, “Nenhuma palavra, nenhuma lembrança”, “Os livros” e “Como se desenha uma casa” .

Prémio Camões que lhe foi atribuído em 2011, Manuel António Pina foi distinguido ao longo da sua longa carreira literária e jornalística com inúmeros prémios, nomeadamente o Prémio de Poesia da Casa da Imprensa (1978) ; Prémio Gulbenkian (1987); Prémio Nacional de Crónica Press Club/ Clube de Jornalistas (1993); Prémio da Crítica, da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários” (2002); Prémio de poesia Luís Miguel Nava (2003) e Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT (2005).A sua obra está traduzida em França (francês e corso), Estados Unidos, Espanha (espanhol, galego e catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.

Ver reportagem “Onde sinto meu sangue é na poesia”

Numa das suas últimas entrevistas que concedeu ao JN e questionado concretamente sobre as múltiplas homenagens de que tinha sido alvo, nos últimos tempos, Manuel António Pina disse reagir ” Com desconforto e com gratidão. Também sou leitor, embora bissexto, daquilo que designa por minha “obra” e, sem pretender representar a rábula da modéstia, sou lúcido q.b. em relação a ela para aceitar iniciativas do género sem cepticismo”.

Nessa mesma entrevista e pronunciando-se especificamente sobre situação de crise que o país vive, afirmou o seguinte: ” Diz-se que os povos felizes não têm história. Não é fácil (nem bonito) dizê-lo, mas às vezes, a infelicidade de um povo é a felicidade dessa espécie de historiadores do presente que os cronistas (sobretudo aqueles que, como eu, praticam sobretudo a crónica como género jornalístico e não literário) são”

Por Agostinho Santos in http://www.jn.pt/

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