9.
Por entre nuvens de outubro,
o sol espreita,
calmos, os dois cavalos soltos.
§
8.
Soltos e livres no asfalto,
do humano espanto
espantam-se os cavalos.
§
7.
Ah! pela arreata passam agora
os dois cavalos, com o dono ao lado
de bicicleta pela mão.
§
6.
Na roseira jovem
rosa branca já aberta.
Ah, míope! A primeira borboleta!
Safra do Regresso, Edições Sempre-Em-Pé, Setembro 2011, página 33.
§
5.
Espreita o sol por entre por entre os automóveis.
Calmos, os dois cavalos soltos
sob as nuvens de outubro.
Safra do Regresso, Edições Sempre-Em-Pé, Setembro 2011, página 21
§
4.
Nações
No alto do rochedo o vento faz a bandeira cantar
e marulha como se fosse um oceano.
Orgulho das nações, tão legítimo, pago com tanto sangue,
poeira que a brisa vai levando,
e que derruba o vento forte. →
§
3.
Dorme tranquilo
pois os ventos sopram,
tu que fechastes bem tuas portas
Safra do Regresso, Edições Sempre-Em-Pé, Setembro 2011, página 28
§
2.
Doçura dentro quente,
quase inverno fora
O jovem ombro desnudo!
Safra do Regresso, Edições Sempre-Em-Pé, Setembro 2011, página 31
§
1.
Outubro
Morrer sim mas num dia luminoso e glorioso
de Outubro,
quando do mais alto cume o sol →
§
Aurélio Porto nasceu em 1945, em Cedofeita. Tradutor e professor do ensino secundário, até à recente aposentação. A sua obra poética, coligida sob o título de “Flor de um dia”, está em vias de publicação. Tem colaborado, desde o primeiro número, na “DiVersos – revista de poesia e tradução”. Reside no Porto.
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