Regina Guimarães

No poema em prosa de Jorge Sousa Braga, OS AMANTES, onde se lê: Desde que Magritte pintou os amantes, estes como por magia deixaram de ter rosto. Nos jardins, nos cinemas, no bulício das ruas é frequente ver agora homens e mulheres sem rosto, abraçados. Todavia, tudo não passou de um equívoco. Sem dinheiro para pagar aos modelos Magritte optou por cobrir com um lençol o rosto inacabado dos amantes. deve ler-se: Desde que Magritte pintou os amantes, estes como por magia deixaram de ter rosto. Nos jardins, nos cinemas, no bulício das ruas é frequente ver agora homens e mulheres sem rosto, abraçados. Todavia, tudo não passou de um equívoco. Sem destreza para pintar rostos, Magritte optou por cobrir com um lençol o rosto dos amantes.

O B julgava que tinha duas barrigas e morria de desgosto. At...

Os que nascem de cu virado para a lua diziam que o C mentia ...

O D sempre achou que era só metade de si. E vinga-se vivendo...

O E tinha a certeza de ser. Pelo menos dizia que sim. Porém,...

O F sentia-se leve como um ramo, capaz de baloiçar ao vento ...

O I gastava fortunas em cosméticos para disfarçar a sua pint...

O K era uma letra inkietante. Antes de mais porke não existi...

O L assentava em si mesmo como uma luva. Tinha assento em to...

O M era pródigo naquelas falinhas mansas atrás da quais se e...

O N era a letra de embalar por excelência. Naturalmente mode...

O O espantava-se com tudo ou, pelo menos, fazia como se... P...

O P era um explosivo, uma letra-petardo. Bastava aparecer um...

O Q suportava mal o facto de ser tratado como QUÊ-DE-QUÁ-QUÁ...

O R, de origem obscura e plebeia, fora ensinado a ronronar e...