O FILHO da Ti Maria do Grilo e de Ti David teve e tem muitas moradas. Lourosa (Santa Maria da Feira), Ermesinde (Valongo), Sé, Massarelos, Bonfim, Cedofeita, São Nicolau, Antas (Porto),Guiné-Bissau, Mafamude, Santa Marinha (V. N. de Gaia), Paredes de Viadores (Marco de Canaveses), Braga, S. Pedro da Cova (Gondomar) e Macieira da Lixa (Felgueiras), são algumas delas. Talvez por influência do nome do lugar onde atualmente reside, quando se põe a pregar tem o dom de arranhar a sensibilidade de certas eminências. Podia responder ao apelido Macieira, mas nasceu e há-de viver Oliveira. Um homem resistente, sim Senhor!
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
8 de Março de 1937, Lourosa, Santa Maria da Feira.
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Macieira da Lixa, concelho de Felgueiras.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Escola Primária de Lourosa (4 anos) /Seminário da Diocese do Porto: 1 ano no Colégio de Ermesinde; 2 anos no Colégio de Trancoso (V. N. Gaia); 4 anos no Seminário de Vilar; 5 anos no Seminário da Sé.
4 – Formação académica?
O correspondente a Licenciatura em Filosofia e Teologia.
5 – Atividade profissional?
Jornalista, Editor e Director do Jornal Fraternizar
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
Lourosa, então, simples aldeia, abre-me à realidade dos Pobres e da Pobreza que conheço na própria carne, enquanto filho de Ti Maria do Grilo, Jornaleira, e de Ti David, operário numa fábrica de serração de madeira. Nasci pobre. E, quando, em 5 de Agosto de 1962, com 25 anos de idade, aceito ser ordenado Presbítero da Igreja do Porto, decido ser Padre pobre por opção e por toda a vida. E assim sou, desde então. O Seminário que me formou e tentou formatar; A paróquia das Antas, onde fui coadjutor irreverente; os Liceus Alexandre Herculano e D. Manuel II onde fui professor de Religião e Moral, politicamente incómodo; a Guiné-Bissau, onde fui capelão militar, ao tempo da Guerra Colonial, logo, expulso, ao fim de 4 meses; as paróquias, primeiro, de Paredes de Viadores (Marco de Canaveses), de onde fui exonerado, ao fim de 14 meses, e, depois, Macieira da Lixa (Felgueiras), de onde fui duas vezes preso pela Pide e que acabei por perder, no mesmo dia em que fui preso pela segunda vez, no dia 21 de Março de 1973; a Cadeia Política de Caxias (7 meses, primeiro, depois, 11 meses) e o Tribunal Plenário do Porto (da segunda vez, 33 audiências); a Zona Ribeirinha do Porto, em cuja Equipa Pastoral fui integrado, a pedido dos respectivos párocos; o vespertino REPÚBLICA, onde me iniciei de Jornalista obtive a respectiva Carteira Profissional; a Casa das Palhacinhas, em V. N. Gaia, onde residi, por indicação, ainda que a contra-gosto, do Bispo da Diocese; a cidade de Braga e o Correio do Minho, onde vivi e trabalhei como Redactor principal durante 10 anos; S. Pedro da Cova (Gondomar), onde vivi 18 anos e ajudei a fundar a Associação Cultural Padre Maximino e o Jornal Fraternizar; e, de novo, Macieira da Lixa, onde presentemente resido, bem longe do templo paroquial e do altar, reduzidos a locais de negócio e de Idolatria, fazem de mim este Presbítero andarilho, sem eira nem beira, semelhante às aves de céu e aos lírios do campo, companheiro e irmão universal, Pão Partido que se dá a comer, Vinho Derramado que se dá a beber, em inúmeros encontros ao vivo e também nos muitos Livros que já editei e espero ainda editar.
7– Endereço na blogosfera para o podermos seguir?
www.jornalfraternizar.pt.vu
Mural no Facebook: Mário Pais de Oliveira
Youtube: PadreMárioOliveira
Publicado originalmente em 9 de Junho de 2012