D. MANUEL da Silva Martins nasceu em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, em 20 de Janeiro de 1927. Fez os seus estudos nos Seminários do Porto e na Universidade Gregoriana, em Roma. Começou a sua actividade como professor de Direito Canónico no Seminário maior do Porto, de que foi Vice-reitor.
De 1960 a 1969 (durante o exílio de D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto) foi pároco de Cedofeita. Para além de uma actividade pastoral intensa, aí promoveu a construção de nova igreja (completada pelo seu sucessor) e a “Arca de Noé”, para fins sociais e culturais. Recuperou ainda para o património paroquial a Creche de Cedofeita.
Em 1969, quando D. António regressou do exílio, foi nomeado Vigário-Geral da diocese. Em 1975, foi nomeado o 1º Bispo da diocese de Setúbal.
Tem sido notável, como reconhecem crentes e não crentes, a sua acção dinâmica em todas as vertentes, mas sobretudo na defesa aberta e persistente dos mais carecidos, quer em Portugal, quer em África.
Várias autarquias o nomearam “cidadão honorário”, condecorando-o com medalhas de mérito e dando o seu nome, em Setúbal, a uma Escola Secundária e ao Pólo-Sul da Universidade Moderna. É Doutor “honoris causa”, pela Universidade Lusíada.
Foi Presidente da Comissão Episcopal da Acção Social e Caritativa durante dois mandatos e é o Presidente da Comissão Episcopal das Migrações e Turismo, também por dois mandatos, cargos que o levaram em missão pastoral a muitos países.
Foi também Presidente da Secção Portuguesa da Pax Christi e é actualmente Presidente da Fundação SPES. Tem prestigiado extraordinariamente a Igreja, como referência atenta e arejada em relação aos problemas deste novo mundo, intervindo com desassombro em conferências, entrevistas e comentários na Televisão, na Rádio e na Imprensa Escrita.
Foi dispensado da Diocese de Setúbal a seu instante pedido, em Abril de 1998. Continuando a percorrer o País em intervenções na área do social.
Todo o episcopado do Bispo de Setúbal tem sido um clamor profético e ousado, quer nas suas homilias e conferências, quer pela Radio, Televisão e Imprensa Escrita.
Denunciou intrepidamente a fome, quando o desemprego angustiou dramaticamente muito povo da sua diocese. Denunciou erros, incoerências, hipocrisias e injustiças. Denunciou a humilhação desumana de ciganos e migrantes, de pobres e sem abrigo.
Publicado in Diocese do Porto