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Sete perguntas a Ana Oliveira

Sete perguntas a Ana Oliveira

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ANA Oliveira nasceu em São Martinho de Bougado, Trofa, e vive atualmente no centro do Porto. Deixou o gabinete de arquitectura onde trabalhava para se dedicar à ilustração e ao ensino do Ballet Clássico. Acredita que as primeiras impressões que recolhemos na infância são determinantes na modelação da personalidade e nas escolhas e influências futuras.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

13 de Julho de 1988. São Martinho de Bougado, Trofa.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Há cerca de 3 anos e meio que estou a viver na Rua de Santa Catarina, Porto (Bonfim).

3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?

Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

4 – Formação académica?

Mestrado em Arquitectura.

5 – Atividade profissional?

Há cerca de 5 anos, deixei o gabinete de arquitectura onde trabalhava para me dedicar à ilustração e ao ensino do Ballet Clássico.

6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?[1]

Acredito que as primeiras impressões que recolhemos na infância sejam determinantes na modelação da personalidade e nas nossas escolhas e influências futuras. Passei os primeiros anos de vida em casa da avó materna (pai e mãe trabalhavam em negócio da família) e portanto as idas à “bouça” para colher amoras, fazer colares de malmequeres pela Páscoa, ir ao quintal apanhar as nabiças para a sopa, dar de comer aos coelhos e galinhas,.. foram processos que alimentaram uma enorme paixão e respeito pela natureza e por tudo o que ela nos dá.

Viajava muito com os meus pais e irmã e portanto também acredito que o fascínio pela descoberta de outros lugares e cidades me possa ter induzido na escolha académica.

Contudo o regresso às origens foi inevitável, talvez por me faltar o tal contacto com a natureza no trabalho como arquitecta e a ilustração dá-me essa possibilidade e liberdade criativa. Tento rodear-me de tudo o que mais me inspira. Trouxe o gosto pela botânica para o apartamento no Porto e aos poucos as plantas vão tomando conta de quase todas as divisões da casa e cuidar delas é terapêutico. Tenho também um cão que anda em 3 patas, o Tobias.

Penso que estas e outras referências influenciam muito o meu trabalho como ilustradora, tanto nos álbuns ilustrados, como nos álbuns que crio (os Quase Livros) e até nas exposições que faço – recordo que a primeira foi sobre cidades imaginárias e que inconscientemente acabou por representar a ponte que me levou da arquitectura para a ilustração.

7 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?

facebook.com/anaoliveira.ilustracao
instagram.com/anaoliveira_ilustracao

[1] A pergunta pressupõe a defesa da teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois seguida em Portugal por Orlando Ribeiro, segundo a qual o meio (paisagem, rios, montanhas, planície, cidade e, acrescentamos nós, linguagem, sotaque, festividades, religião, história) influencia as opções profissionais e artísticas dos naturais desse lugar.

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