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Sete perguntas a Bruno Monteiro

Sete perguntas a Bruno Monteiro

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BRUNO Monteiro é natural da freguesia de Gandra, do concelho de Paredes, vivendo atualmente do outro lado do rio, numa das maiores freguesias do país, Mafamude, em Vila Nova de Gaia. O seu percurso escolar foi alternando entre o mundo rural e a cidade: Vilarinho de Cima e Bonfim, Baltar e Massarelos. Talvez tenha sido o confronto com aquelas paisagens que o tenha orientado no sentido do curso de sociologia da UP, onde agora integra a “ Escola do Porto”, assim designada por força da originalidade da criação científica no domínio das ciências sociais.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

Nascido a 12 de Maio de 1984, em Gandra, Paredes.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Mafamude, Vila Nova de Gaia.

3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?

Escola Primária de Vilarinho de Cima; Colégio de Nossa Senhora da Graça (Colégio dos Órfãos); Escola Secundário de Baltar (hoje, Daniel Faria); Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

4 – Habilitações literárias?

Doutoramento em Sociologia.

5 – Atividade profissional?

Investigador de pós-doutoramento (Instituto de Sociologia – Universidade do Porto).

6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho artístico/literário/profissional por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?

O Porto ocupa um lugar particular, já não apenas no espaço físico, mas também no espaço social português, em que se constatam, por força da inércia histórica das estruturas de repartição do poder do país, onde continua a prevalecer uma forte centralização na sua capital, situações que podemos, sem nos vincularmos acriticamente a essa narrativa hagiográfica que representa o Porto como centro de contestação, considerar como sendo de relativa marginalização.

No campo das ciências sociais, essas circunstâncias actuaram, porém, como factor, entre outros, para explicar uma certa originalidade da criação sociológica do Porto, tanto por implicarem o relaxamento dos efeitos de (auto-)censura perante as instâncias da capital (que se traduzem, por exemplo, na preferência por temas em função das encomendas institucionais existentes), como por funcionarem como um incentivo para se optar por estratégias de afirmação, que passam, por exemplo, pela internacionalização e pela criatividade, que procuram compensar essa sua tendencial exclusão.

Por estas razões, foi possível o engendramento de uma variante heurística de sociologia, que, operando um sempre renovado encontro entre os programas teóricos e os objectos empíricos, tem apostado em forçar os limites do conhecimento científico em sentido estrito – mais do que responder, por exemplo, às necessidades de monitorização da «cultura» ou «economia» ou de fundamentação e avaliação das políticas de enquadramento públicas.

Nos termos do lugar que, assim definido, o Porto é, eu pude encontrar, no seio de um círculo de cientistas sociais como Virgílio Borges Pereira, António Teixeira Fernandes, Ester Silva, João Queirós, Carla Almeida, António Esteves ou José Madureira Pinto, condições excepcionais para o trabalho intelectual e a crítica produtiva.

Visto a partir de tal localização, o Porto é, pois, a minha matriz intelectual; também a respeito dos cientistas sociais cujos nomes mencionei, fala-se, e acho que não é por acaso, de uma «Escola do Porto».

7 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?

O melhor será acompanhar as iniciativas promovidas pelo meu centro de investigação: http://www.isociologia.pt/

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