CARLOS Costa é natural da freguesia de Cedofeita e vive nos dias de hoje em Paranhos, no Porto. Nos últimos anos vem desempenhando vários papéis no mundo do teatro e da performance. Este ano decidiu explorar o território da literatura. Acabou de publicar o romance Cratera (edições Teodolito) onde se narra uma viagem pela cidade do Porto, em que a paisagem se parece apresentar como o protagonista principal, confundindo a orientação das personagens por entre topografias, linguagens e meios sociais. É a geografia a contar-nos histórias.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
13 de outubro de 1969, Cedofeita, Porto.
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Paranhos, Porto.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Jardim Escola João de Deus
EB1 Agra do Amial
EB2/3 Paranhos
Secundária Filipa de Vilhena
Faculdade de Letras da Universidade do Porto (mestrado)
4 – Formação académica?
Doutoramento em Estudos Teatrais e Performativos (Faculdade de letras da Universidade de Coimbra)
Mestrado em Texto Dramático (Faculdade de letras da Universidade do Porto)
Licenciatura em Direito (Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra)
5 – Atividade profissional?
Diretor artístico, dramaturgo, encenador e ator no Visões úteis.
Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no primeiro e segundo ciclo do curso de Estudos Artísticos.
Investigador Integrado do CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra.
Membro dos órgãos sociais da PLATEIA – Associação de Profissionais das Artes Cénicas e da GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas.
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?[1]
Muito. Aliás, tanto ao ponto de essa influência poder explicar sucessivas derivas não só estéticas mas até disciplinares. Primeiro – no início deste século – pela aposta em processos criativos colaborativos, na área do teatro, que apostavam numa ligação muito próxima ao denominado “aqui e agora” dos artistas performativos. Depois – e logo na década passada – pelos constantes desvios para a performance na paisagem, com a criação de formatos híbridos (audio-walks, espetáculos em táxis, óperas para bicicletas, fusões entre arte, desporto e trabalho, viagens, derivas, jogos policiais etc) que exploram precisamente a relação imersiva com uma geografia, cultura e economia absolutamente concretas. Finalmente, este ano, com a publicação de um primeiro romance que narra uma viagem pela cidade do Porto, em que a paisagem se parece apresentar como protagonista principal, confundindo a orientação das personagens por entre topografias, linguagens e meios sociais.
7 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?
https://www.facebook.com/carlos3mcosta
[1] A pergunta pressupõe a defesa da teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois seguida em Portugal por Orlando Ribeiro, segundo a qual o meio (paisagem, rios, montanhas, planície, cidade e, acrescentamos nós, linguagem, sotaque, festividades, religião, história) influencia as opções profissionais e artísticas dos naturais desse lugar.