DANIELA COSTA é natural de Adoufe, Vila Real. Com formação em Ensino de Português, além de ser escritora, tem como atividade profissional a criação, por encomenda, de edições particulares: biografias, contos, monografias e cartas. A viver no Porto, diz que o lugar onde nasceu e cresceu salpica de memórias e referências o que escreve. Uma bomba a iluminar a noite do Marão, publicado em 2018, é o seu primeiro romance.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
Nasci a 3 de fevereiro de 1980, em Adoufe, Vila Real.
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Vivo em Cedofeita, Porto.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
—
4 – Formação académica?
Mestrado
5 – Atividade profissional?
Escrevo textos por encomenda. Produzo livros de memórias, biografias, homenagens, etc.
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
Aprendi a desvendar o mundo nos trilhos com cheiro a húmus abertos por entre giestas e tojos para procurar cogumelos. Os meus primeiros mapas, desenhados no chão, rasgavam na terra caminhos que levavam a lameiros, a pontes caídas, à nascente da serra, a minas de água fresca, ao campo de futebol, às bouças e à venda.
Na escola, havia outro tipo de mapas, grafando rios e montanhas. Cidades, países e oceanos. Tinha sede de mundo e por isso gostava da montanha e dos seus miradouros de fragas.
De modo que o cheiro às mimosas de fevereiro e o gosto das cerejas roubadas estão subtilmente enterrados dentro de mim e fertilizam quem sou e o que faço. Como o tom violeta das primeiras flores do outono nas matas, assim o lugar onde nasci e cresci salpica de memórias e referências o que escrevo.
Obviamente, escrevo sobre vidas de pessoas que percorreram caminhos muito diferentes e, para me transmutar para as suas paisagens, uso outras experiências de vida. A mais poderosa ferramenta é mesmo a criatividade de ficcionar o que não vivi nem calculei.
Fascinam-me os sítios do futuro, o apelo do desconhecido que me abre irremediavelmente o apetite para ler livros, vidas e lugares. O que ainda não sei é uma manta de folhas de carvalho estaladiças que escondem cogumelos de ninguém.
7 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?