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Sete perguntas a Francisco Moreira

Sete perguntas a Francisco Moreira

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FRANCISCO Moreira é um músico brasileiro, natural de Goiás. Toca viola de arco na Orquestra Sinfónica do Porto. Até chegar a Vila Nova de Gaia, cidade onde reside, passou pelo Rio de Janeiro, Uruguai, Argentina, Polónia, Alemanha e Áustria. O itinerário da sua vida (percurso geográfico) está diretamente relacionado com a música (como se fosse um íman). E as opções dos governantes que permitiram a criação de orquestras vieram aumentar as alternativas do trajeto. Como toca música de outros artistas sente as influências que os lugares onde aqueles viverem tiveram nas suas obras.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

04/11/1962, em Goiânia, Brasil. Vivi até aos 18 anos em Goiânia, passei cinco anos no Rio de Janeiro, um mês em Montevideu, Ponta del Este (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina). Na Europa residi um mês e meio em Wroclaw (Polónia), três semanas em Munique (Alemanha) e de 1986 a 1994 em Salzburg (Áustria), até vir para Vila Nova de Gaia.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Santa Marinha, Vila Nova de Gaia.

3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?

Nenhuma.

4 – Habilitações literárias?

Curso superior de música na Universidade Mozarteum em Salzburgo.

5 – Atividade profissional?

Músico na Orquestra Sinfónica do Porto – Casa da Música.

6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?

A minha opção artística e profissional não está diretamente relacionada com as características dos lugares por onde já vivi. Está mais dependente das opções dos políticos desses lugares.

Na minha família a tradição musical é muito remota. O meu avô materno, que não cheguei a conhecer, era maestro de banda de coreto e um segundo primo da minha mãe era compositor. Foi aos onze anos que comecei a tocar guitarra. Tocava às escondidas na guitarra da minha irmã. Quando ela descobriu passei a ensinar-lhe. De início tocava de ouvido, mais tarde por influência do segundo primo da minha mãe fui estudar música.

Quando tinha dezasseis anos o governo do Estado de Goiás decidiu criar uma orquestra filarmónica. Foi nessa altura que escolhi tocar viola de arco influenciado pelo professor que estava a fazer a seleção dos músicos. A partir daí nunca mais deixei a viola de arco. Com vinte e três anos de idade vim estudar para a Europa com o apoio do governo brasileiro.

Foi na Áustria, em 1993, que soube do concurso internacional da Orquestra Clássica do Porto (hoje Orquestra Sinfónica do Porto) para admissão de músicos. Por ser um país com muitas afinidades com o Brasil (começando pela língua) decidi arriscar e concorri. Fui admitido e por cá fiquei.

Não esqueço o primeiro dia em que vim ao Porto. O ambiente junto à ponte Luís I, era noite de lua cheia, marcou-me muito. Nessa noite desejei muito viver aqui. A admissão na Orquestra concretizou o meu desejo.

Como toco as músicas criadas por outros artistas sinto as influências que os lugares onde aqueles viverem tiveram nas suas obras. Por exemplo, quando interpreto músicas escritas por compositores austríacos ou que viveram na Áustria, como Mozart, Schubert, Bruckner e Mahler, parece que estou a comtemplar a grandiosidade das montanhas e a sentir a calma quando se está diante de um lago austríaco.

7 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?

Sabiá Quartet
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