JOANA Abreu nasceu na freguesia de Valongo, onde continua a viver nos intervalos dos estudos no centro do Porto e da atividade de preencher vazios das fachadas de azulejos que encontra no percurso. Muito mais que uma intervenção artística e criativa, este projeto pretende chamar à atenção para a necessidade de preservar o património azulejar português. Aos azulejos em madeira atribuem-se frases de poetas que preenchem os vazios das fachadas e quebram a nossa rotina visual. Ficamos deste modo dispostos a olhar a cidade com mais detalhe e mais sensibilizados para a degradação da cidade.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
24.06.1992 – 23 anos, Valongo, Valongo.
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Valongo, Valongo
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Licenciatura em design de interiores na ESAD e estou a concluir o meu mestrado de arte e design no espaço público na FBAUP
4 – Habilitações literárias?
2013/– Mestrado em Arte e Design para o Espaço Público – FBAUP Porto
2010/2013 Licenciatura Design de Interiores – ESAD – Matosinhos
2007/2010- Curso Científico – Humanístico de Artes Visuais
Escola Secundária de Águas Santas
5 – Atividade profissional?
Neste momento ainda sou estudante mas tenho um projecto paralelo de concepção de convites e lembranças de casamento e festas no geral (https://www.facebook.com/convitesdecasamentoporto)
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
Eu vivo em Valongo, mas passo a maioria dos meus dias no centro do Porto, por isso vou-me referir a essa cidade, porque Valongo não tem muita influência em mim, é apenas para onde vou depois do meu longo dia de trabalho. O projecto dos preencher vazios claramente que foi idealizado no centro do Porto, através dos percursos que fazia diariamente. As ruas estreitas, o trânsito, a pressa de chegar ao destino, fez-me estar mais atenta a certas coisas que me rodeiam enquanto continuo o meu percurso. (influência geográfica). A nossa rotina diária acaba por ser um desafio na medida em que devemos procurar sair da nossa zona de conforto e expormo-nos a novas situações. Enquanto percorremos a cidade, a imagem que vemos e guardamos connosco acaba por se sobrepor às que já temos armazenadas, pois a informação do exterior é tanta que acabamos por não a conseguir filtrar correctamente.
O projecto Preencher Vazios procura quebrar essa rotina visual que temos acerca da cidade e sensibiliza-nos a estarmos atentos a estes pequenos detalhes que nos rodeiam diariamente.
Este projecto nasceu com o intuito de preencher os espaços vazios das fachadas das casas e edifícios de várias cidades, e procura surpreender os transeuntes com algo que não estavam habitados a ver durante o seu percurso, transmitindo-lhes algumas mensagens através de frases de poetas portugueses. É um convite a percorrer as ruas, a optar por caminhos diferentes e ir à descoberta do novo, como se nos tornássemos turistas na nossa própria cidade.
Muito mais que uma intervenção artística e criativa, o Preencher Vazios pretende chamar à atenção para a necessidade de preservar o património azulejar português (influência cultural) que tem sofrido uma perda progressiva de azulejos nos últimos anos, provocada pelo desgaste natural do tempo, mas principalmente pelo furto que nos últimos tempos tem vindo a aumentar.
Podemos compreender o caminhar como um processo com influência geográfica criativo que nos proporciona um conjunto de novas sensações e que nos faz desviar o olhar na cidade.
7 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?
https://www.facebook.com/joana.sofia.abreu
https://www.facebook.com/preenchervazios
https://instagram.com/preencher_vazios