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Sete perguntas a José Manuel Teixeira da Silva

Sete perguntas a José Manuel Teixeira da Silva

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JOSÉ Manuel Teixeira da Silva é natural da freguesia de Massarelos, da cidade do Porto. Todo o percurso académico andou à volta da terra que o viu nascer. Hoje tem residência do outro lado do rio, em Vila Nova de Gaia, onde é professor. Escreve poesia, alguma prosa e faz fotografia. Diz que o poema imita os lugares e os mundos e leva-nos consigo na medida em que o seu significado se fecha em si mesmo. O que se aplica com maior propriedade à fotografia. Isto não é propriamente um Curriculum Vitae, mas anda lá perto.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

Nove de Dezembro de 1959, freguesia de Massarelos, Porto

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Canelas, Vila Nova de Gaia

3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?

Escola Primária de S. Francisco, Escola Preparatória Pêro Vaz de Caminha, Liceu D. Manuel II / Rodrigues de Freitas, Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Escola Superior de Educação do Porto (todos na cidade do Porto)

4 – Habilitações literárias?

Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses)

Profissionalização em Serviço (Escola Superior de Educação do Porto)

5 – Atividade profissional?

Professor do Ensino Secundário

6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?

Posso tentar responder (ou fugir à pergunta) enquanto poeta e enquanto fotógrafo.

Como poeta, colocarei as coisas deste modo: há lugares e mundos que não podem deixar de nos influenciar e há significados que se fecham em nós mesmos. O poema imita os lugares e os mundos e leva-nos consigo na medida em que o seu significado se fecha também em si mesmo. Como diz António José Saraiva em Ser ou Não Ser Arte: “Um poema significa uma realidade do mesmo modo que uma concha marinha significa o mar: ela não é o emblema convencional do mar: é também o mar, onde se gerou e de que nos traz a presença.” Dito isto, acrescento um poema, que dedico aos meus pais, e em que falo precisamente do Porto, do tempo, das origens. Está em As Súbitas Permanências:

*

PORTO, TRASEIRAS DA SÉ

São nossos, tão de longe, esses olhos
Por aqui sempre ficaram
no esplendor reverso das traseiras
Longamente inscrevem, na luz que os enruga
a mais aérea e límpida gravura

Tudo o que da água sabe o filho de um peixe
assim nos ensinam, distraídos
a inclinar a cabeça, como evitar
a demorada disposição da terra
um tempo que em relances se acumula

Encontramo-nos todos nestes pátios
inocentes das nuvens que nos sabem
Há luzes que se acendem a espaços
pelo granito, caliça, ferros, aquela torre
Alguém de novo as vê uma primeira vez

*

Como fotógrafo, poderei mostrar a série que preparei para acompanhar uma antologia poética sobre o Porto. Não sou a pessoa indicada para falar disso, mas parece-me que o olhar que vê o granito, chuva, nuvens, luz e escuridão é o da criança da imagem inicial.

(Pode ser conferido aqui
http://fotos-jmts-projectos.blogspot.pt/2012/04/porto-algumas-vistas-em-construcao.html

ou aqui
http://fotos-jmts-publicacoes.blogspot.pt/2012/04/ao-porto.html )

7 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?

http://josemanuelteixeiradasilva.weebly.com/
http://subito-jmts.blogspot.pt/
http://fotos-jmts.blogspot.pt/
Facebook

(nota: uso o antigo acordo ortográfico)

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