AFINAL Sérgio Ninguém existe. É natural de Pedrouços, concelho da Maia e vive no concelho vizinho, Matosinhos, em Leça da Palmeira. É poeta, editor da magazine de poesia Eufeme e um autodidacta irremediável. A paisagem agrícola, as montanhas, as pedras enormes e as antigas minas de extracção de minério situadas nos arredores de Baião são uma das fontes de inspiração para a sua produção poética.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
25 de Agosto de 1976, freguesia de Pedrouços concelho da Maia.
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Leça da Palmeira, Matosinhos.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Escola primária em Pedrouços, Secundária de Pedrouços e Escola Básica e Secundária de Águas Santas.
4 – Formação académica?
Sem formatação académica. 12.º Ano e autodidacta irremediável.
5 – Atividade profissional?
Artes gráficas: paginador, desenhador e tratamento de imagem.
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?[1]
O local de onde a minha família é original (perto de Baião), a paisagem agrícola, as montanhas, as pedras enormes e as antigas minas de extracção de minério, tem uma forte influência no meu trabalho. Para dar uma ideia deixo três poemas breves do meu livro “as ruínas são lobos que choram”:
*
à noite
do minério desabitado
vinham morcegos
à casa do Gavião
jantar os insectos
que cercavam a luz fraca
do candeeiro exterior.
*
fragmentos dispersos
na mesa do poeta:
uma Figueira com um pneu,
a gaiola vazia, e
fiteiras para os enxertos.
*
os rochedos falaram
os pássaros fugiram
e as nozes
trazem luz no interior.
7 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?
vestigiosdepoesia.blogspot.com
twitter.com/srgning
facebook.com/profile.php?id=100014228049875
instagram.com/sergioninguem
eufeme.weebly.com
[1] A pergunta pressupõe a defesa da teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois seguida em Portugal por Orlando Ribeiro, segundo a qual o meio (paisagem, rios, montanhas, planície, cidade e, acrescentamos nós, linguagem, sotaque, festividades, religião, história) influencia as opções profissionais e artísticas dos naturais desse lugar.