DEZENAS de cidadãos de Ermesinde manifestaram-se sábado contra o encerramento ou fusão da repartição de Finanças daquela freguesia do concelho de Valongo e iniciaram um abaixo-assinado a contestar essa possibilidade. Empunhando uma faixa e com algumas palavras de ordem, algumas dezenas de cidadãos de Ermesinde manifestaram-se, durante a tarde, no largo fronteiro à estação ferroviária, aproveitando a ocasião para recolher assinaturas num abaixo-assinado a entregar na Assembleia da República.
“Eles nem sequer pensem que vão encerrar”, afirmou à Lusa Ângela Ferraz, do “Movimento de Utentes das Finanças”, para quem a intenção de encerramento é real e por isso há necessidade de informar a população e manter a contestação.
Para os que duvidam, a porta-voz do movimento aconselha que leiam o PREMAC – Plano de Redução e Melhoria da Administração Central, “em que consta que no distrito do Porto querem encerrar Baião, querem fazer a fusão de Matosinhos com São Mamede Infesta e de Valongo com Ermesinde”.
Ângela Ferraz recordou que a Junta de Freguesia já subscreveu consensualmente uma petição contra o encerramento da repartição e que o presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, está a estabelecer contactos com a tutela para que este cenário não se venha a concretizar.
Depois de um primeiro protesto em 22 de Novembro, a intenção é “recolher o máximo de assinaturas nos cafés”, até porque, defende, “Ermesinde está muito bem servido de transportes, mas mais para a baixa, para o Porto. Para Valongo temos um autocarro dos STCP e temos o comboio (…), a estação fica muito longe da repartição de finanças”.
Esta vivência geográfica que leva a designar por “baixa” o centro do Porto é secundada por Hilário Pereira, um dos manifestantes, que lembra que os utentes das Finanças de Ermesinde não se restringem aos moradores da freguesia: “Do concelho da Maia vêm de São Pedro Fins, Águas Santas e Folgosa, de Gondomar vem muita gente de Rio Tinto, Baguim do Monte, vêm de uma freguesia de Santo Tirso que é Água Longa, até de São Romão – que é da Trofa – vêm aqui, porque apanham o comboio, é facílimo”.
Hilário Pereira tem receio que o destino final seja entregar as finanças à gestão de “grupos privados”. “É como nas aldeias, com o fecho dos correios é nas mercearias que as pessoas têm de ir levantar as pensões”, justifica.
Um outro manifestante, Joaquim Silva, acredita que a vontade de fechar é real e considera que “não tem lógica, porque o edifício das finanças é do Estado”.
“Também se falou da polícia e, quando fomos a ver, deixámos de a ter”, alertou.
Publicado in PORTO24