A CÂMARA de Valongo aprovou, esta quinta-feira, uma moção que traduz a preocupação de várias forças partidárias face ao encerramento de um balcão da Caixa Geral de Depósitos localizado em Campo, situação que também motivou uma petição pública.
Em causa está um balcão da CGD situado na União de Freguesias Campo/Sobrado, sendo este o único balcão bancário aberto ao público atualmente para uma população de cerca de 17 mil pessoas.
A moção, que recomenda que “tudo seja feito” junto da administração da CGD para que esta “repense a decisão”, evitando-se o encerramento do balcão, foi apresentada em reunião de câmara pela CDU mas colheu unanimidade com socialistas e sociais-democratas a também demonstrarem preocupação.
“Acho que toda a gente está contra esse encerramento. A questão [referindo-se ao objetivo da moção dos comunistas] é pacífica”, referiu o presidente da Câmara de Valongo, o socialista José Manuel Ribeiro.
Na última terça-feira uma comitiva da CDU/Valongo, liderada pelo vereador camarário Adriano Ribeiro, também já tinha manifestado “preocupação” numa visita de contacto com a população da freguesia.
“A agência de Campo da CGD atende mais de 100 clientes por dia, acompanha dezenas de pequenas e médias empresas e tem um volume de negócios muito significativo. Se a decisão de encerramento for consumada, as populações desta área serão confrontadas com um encerramento de um serviço público importante. Daqui resultarão prejuízos para as pessoas e empresas”, lê-se no documento distribuído pelos comunistas.
Esta situação também motivou a criação de uma petição pública na qual é solicitado “ao Governo de Portugal e à Assembleia da República a tomada de medidas que conduzam ao não encerramento” do balcão de Campo.
A petição, lançada pelo candidato do PSD à Junta Campo/Sobrado, Nuno Ribeiro, sublinha que a agência bancária da CGD “é o único banco na União de freguesias de Campo e Sobrado”, acrescentando que o encerramento ” é uma opção que vai impedir o desenvolvimento” da freguesia e do seu tecido empresarial.
Na petição também é recordado que a União das Freguesias de Campo e Sobrado é muito extensa, com uma área de 32,27 quilómetros quadrados, o que vai ao encontro da preocupação que os comunistas também apontaram de que o encerramento do atual único balcão bancário aberto na zona obrigará a população a fazer “grandes deslocações” para alcançar outra agência quer seja no centro do concelho, em Valongo, quer deslocando-se a Gandra, no vizinho concelho de Paredes.
No mesmo sentido a União de Freguesias de Campo/Sobrado, liderada pelo socialista Alfredo Sousa, emitiu um comunicado no qual se lê que “manifesta o mais veemente repúdio pela decisão do Conselho de Administração” da CGD face à “iminência de encerramento” do balcão localizado naquela freguesia.
“[Perdeu-se] há meses o balcão de um banco privado e não podemos aceitar que agora um banco público obrigue as pessoas a percorrerem distâncias enormes para aceder aos serviços bancários. A Junta, e particularmente o presidente, está solidária com a população afetada e dentro das nossas possibilidades vamos encetar todas as diligências no sentido de reverter esta injusta decisão”, refere o comunicado.
Publicado in Jornal de Notícias.