OS MORADORES e comerciantes da Rua de S. Roque de Lameira, no troço entre as ruas de Antero Antunes de Albuquerque e Gama Barros, dirigiram um abaixo-assinado à Câmara do Porto queixando-se da falta de alternativas de paragens, para descargas e acesso às habitações, fruto da presença de duas faixas bus (uma em cada sentido) naquela zona. A vereadora da Mobilidade, Cristina Pimentel, confirma que já recebeu o documento e que os serviços estão a analisar alternativas.
O caso chegou à reunião do executivo da passada quarta-feira pela voz do vereador da CDU, Pedro Carvalho, que questionou a maioria, liderada por Rui Moreira, sobre esta situação. No abaixo-assinado, com data de 15 de Outubro, cerca de 40 moradores e comerciantes argumentam que a situação se complicou, no troço entre a Rua de Gama Barros e a ponte de Rio Tinto, “há cerca de um ano”, quando aquela artéria “passou a dispor de dois corredoresbus, um em cada sentido”, deixando, no meio, um corredor de circulação geral. “Tal situação” — descreve-se no abaixo-assinado — “veio provocar enormes transtornos para os moradores dessa artéria, para os comerciantes, para o Banco Santander Totta e para todos os que, por algum motivo, necessitavam de estacionar para tratar de algum assunto”.
O documento refere mesmo que “actualmente, é impossível parar neste ponto da Rua de S. Roque da Lameira, seja de um lado ou de outro”. Uma situação que, sustentam os moradores e comerciantes, é agravada pelo facto de os motoristas da STCP ficarem “parados a fazer horas” nas faixas respectivas, o que é classificado como um “abuso”.
Os subscritores pedem, por isso, que a Câmara do Porto actue “com urgência” no sentido de “permitir que se possa circular para efectuar descargas, no caso dos comerciantes, ou para aceder às suas garagens ou para alguma eventualidade, no caso dos moradores, no sentido Rio Tinto-Porto, passando a faixa bus a dispor de uma linha descontínua de forma a que os transportes públicos possam transpor os veículos eventualmente parados por motivo justificado nessa faixa de rodagem bus”. Além disso, pede-se ainda que seja devidamente sinalizada a permissão, na faixa bus, do “trânsito a moradores e comerciantes” e que “haja maior fiscalização ao trânsito dos transportes públicos para que se acabe quer com as paragens longas para fazer horas (com os motores a trabalhar e a poluir o ar), quer com as ultrapassagens de autocarros por outros autocarros, que colocam em perigo os demais utentes dessa via pública”.
A vereadora da Mobilidade na Câmara do Porto, Cristina Pimentel, deixou apenas a garantia que o corredor bus aberto há cerca de um ano — e que se juntou ao já existente — “é de extrema importância” e que, graças à sua existência “poupou-se muitíssimo em eficiência de transporte público”, pelo que não há intenção da autarquia em reverter a abertura desta faixa. Contudo, a responsável camarária não descartou alguns ajustes que facilitem a vida dos moradores e comerciantes afectados. “Penso que estará em análise a abertura do corredor bus, em determinados horários, aos moradores”, disse.
Já a alteração de uma postura de táxis existente na artéria — um outro problema que chegou ao conhecimento da câmara, mas que não consta do abaixo-assinado — não deverá ocorrer para já. Cristina Pimentel diz que a cidade dispõe de “500 e poucas posturas” para 699 táxis e que qualquer alteração às posturas “é sempre um problema”. Os moradores ter-se-ão queixado que uma postura ocupa parte considerável dos poucos lugares existentes.
Por Patrícia Carvalho publicado in PÚBLICO