MORADORES na zona das Fontainhas, no Porto, queixam-se de excessos supostamente cometidos por vendedores da Feira da Vandoma, alegando, nomeadamente, que estes bloqueiam ruas e violam direitos de quem mora ali. Num abaixo-assinado, entregue segunda-feira à Câmara e à Junta de Freguesia, cerca de 30 moradores pedem “compreensão” ao executivo municipal para a sua situação. Três moradores intervieram segunda-feira à noite na Assembleia Municipal do Porto descrevendo uma situação que um deles disse ser “insuportável”.
A Feira da Vandoma apareceu por iniciativa espontânea de jovens estudantes, que, nos anos setenta do século passado, naquele lugar da freguesia da Sé, aos sábados de manhã, “procediam à de venda livros e roupas usadas, objectos de adorno e decoração”, de acordo com a autarquia. A feira, que é só para venda de objectos usados, mudou-se entretanto para a Alameda das Fontainhas e ali ficou, tendo, porém, estendido gradualmente a sua implantação a outros espaços vizinhos.
O presidente da União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, António Fonseca, disse à agência Lusa que vai “fazer uma reunião” com os promotores do abaixo-assinado e da contestação e outra com os vendedores, “na próxima semana”, para tentar encontrar uma solução para este problema.
O autarca, eleito pela lista do candidato independente Rui Moreira, promete bater-se contra “os incómodos causados aos moradores” locais. O abaixo-assinado refere que a feira “alongou o seu perímetro aos passeios das Fontainhas, desde a Rua da Corticeira até quase ao largo Actor Dias”.
Os moradores querem que a Câmara intervenha, “não autorizando a obstrução de ruas”, e sustentando que o interesse dos feirantes não pode colidir com o seus e que está em causa o “socorro a vítimas de doença súbita, que necessitem de tratamento urgente”. “Não queremos acabar com a feira, mas queremos que tenha um lugar próprio”, ressalvou Alfredo Jesus Rodrigues.
“Põem música às três da manhã”, exemplificou, por seu lado, Francisco de Oliveira Pinto, acrescentando, ainda, que há “uma insegurança enorme” e pedindo que a câmara resolva o problema. António Carneiro disse que alguns vendedores “chegam ao cúmulo de arrancar paralelos para marcar os lugares” de venda dos seus produtos e “deixam os seus carros onde calha”.
Publicado in PÚBLICO