o peixe elétrico
saltava Sodoma
em verso Dionísio
havia de beber uma precisa liberdade
cogitava montanha
era rio
singular obsceno
tocava estrelas
viragem
explodia num corpo seu outro
guelra sangue coadunado
na pedra penetrar
lusco fusco burburinho
memórias ascendiam o presente
com cara de homens
a rede a morte
estendia olhos e dentes
ele sabia voar
guardava um desassossego
GALVANDA Galvão nasceu em Fortaleza e daí partiu para o Recife, Rio de janeiro, São Paulo, S. José Rio Preto-SP, Birigui-SP, até se fixar em Belém, Brasil. É professora, pesquisadora, escritora, fotógrafa e videoartista. Conta que os pés e os traços frequentam muitos territórios. Visto de lá, o Porto parece-lhe uma cidade próxima, a língua abrindo os percursos e o imaginário rio. Encara os postais como haicais e sente prazer em tocá-los, recebê-los, envia-los, no fundo, em colar nos sítios……a marca precisa! Neste tempo tão acelerado, o postal é quase como um relicário, conclui.