Há um exercício adjacente à inspiração: o rascunho.
Eu não escrevo sem o esboço corrigido até à exaustão, porque me engano muito na conjugação dos verbos. Baralho tudo: os tempos, os modos, os aspectos, as pessoas.
É uma agrura que me assiste e justifica esta ideia antiga: os verbos deveriam ser ditos e escritos apenas no infinitivo.
O infinito e depois o infinitivo dos verbos têm muito a ver com a minha infância. Quando eu contemplava o céu em noites estreladas, o espanto e a candura pediam-me palavras de infinitude.
A natureza verbal no infinitivo é simples, justa e firme.
Suscita a amplidão. Alude a uma substância pura. →