4. Nada. Eu não espero nada. Quando se começou a esboçar a ideia de celebrar os meus 50 anos de vida literária, disse logo às pessoas que estavam envolvidas que não iria participar em nada. E tem acontecido assim. Todos os eventos foram gizados pela Leya, pelas câmaras, do Porto e de Paredes de Coura, a Faculdade de Letras do Porto, a Cooperativa Árvore. As entidades que estão ali envolvidas, embora estimuladas pela Leya, que é a timoneira das comemorações, através da Maria do Rosário Pedreira e do Rui Breda, organizam-se por si. Eu pus-me fora. →
3. Quando me pedem um testemunho sintético do meu longo trato com Eugénio de Andrade, declaro invariavelmente, “Da minha parte foi sempre uma amizade grata e sincera, mas não incondicional. →
2. Luísa Dacosta, admirável cronista, experimentaria dolorosamente esse ostracismo, em grande parte resultado do seu afastamento, nem sequer assumido, das clics da capital. →
1. Arquitecto, pintor e etnólogo, e sobretudo visionário, Fernando Lanhas atravessaria a paisagem das artes portuguesas como um agente eficaz, mas que me deixava desconcertado. →
Duque de Palmela 111 (Eugénio de Andrade) →
Mário Cláudio, pseudónimo de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nasceu no Porto em 1941. Frequentou o curso de Direito em Lisboa, tendo-o terminado na Universidade de Coimbra. Frequentou a Universidade de Londres, graduando-se como Master of Arts. De regresso a Portugal, tem exercido funções como técnico do Museu Nacional de Literatura e como professor universitário. Ganhou o prémio APE de Romance e Novela em 1984 com a obra Amadeo. É considerado um dos mais importantes autores portugueses das últimas duas décadas. Embora se tenha dedicado à poesia, ao teatro e ao ensaio, é no romance que Mário Cláudio mais se tem destacado. Em 2004 foi agraciado com o Prémio Fernando Pessoa.
Obras de ficção: Um Verão Assim (1974), As Máscaras de Sábado (1976), Damascena (1983), Amadeo (1984), Guilhermina (1986), A Fuga para o Egipto (1987), Rosa (1988), A Quinta das Virtudes (1990), Tocata para Dois Clarins (1992), Trilogia da Mão (1993), Itinerários (contos, 1993), As Batalhas do Caia (1995), Dois Equinócios (contos, 1996), O Pórtico da Glória (1997), O Último Faroleiro de Muckle Flugga (1998), Peregrinação de Barnabé das Índias (1998), Ursamaior (2000), O Anel de Basalto e Outras Narrativas (narrativas, 2002), Oríon (romance, 2003), Gémeos (romance, 2004), Camilo Broca (romance, 2006), Boa Noite, Senhor Soares (romance, 2008).
Obras poéticas: Ciclo de Cypris (1969), Sete Solstícios (1972), A Voz e as Vozes (1977), Estâncias (1980), Terra Sigillata (1982), Dois Equinócios (1996).
Teatro: Noites de Anto (1988), A Ilha de Oriente (1989), Henriqueta Emília da Conceição (1997) e O Estranho Caso do Trapezista Azul (1998), Medeia (2008).
Outras obras: Fotobiografia de António Nobre (2001), Meu Porto (2001), Triunfo do Amor Português (2004).