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Mário Cláudio (1941)

Mário Cláudio (1941)

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IMOLAÇÃO
Sei que me sujeito a que venha alguém vandalizar-me por imperialismo.
Mas, achando-me no limiar dos 80, talvez tenha a sorte de que optem por me despachar para o lar “Sempre em Festa”.

4. Nada. Eu não espero nada. Quando se começou a esboçar a ideia de celebrar os meus 50 anos de vida literária, disse logo às pessoas que estavam envolvidas que não iria participar em nada. E tem acontecido assim. Todos os eventos foram gizados pela Leya, pelas câmaras, do Porto e de Paredes de Coura, a Faculdade de Letras do Porto, a Cooperativa Árvore. As entidades que estão ali envolvidas, embora estimuladas pela Leya, que é a timoneira das comemorações, através da Maria do Rosário Pedreira e do Rui Breda, organizam-se por si. Eu pus-me fora. 

3. Quando me pedem um testemunho sintético do meu longo trato com Eugénio de Andrade, declaro invariavelmente, “Da minha parte foi sempre uma amizade grata e sincera, mas não incondicional. 

2. Luísa Dacosta, admirável cronista, experimentaria dolorosamente esse ostracismo, em grande parte resultado do seu afastamento, nem sequer assumido, das clics da capital. 

1. Arquitecto, pintor e etnólogo, e sobretudo visionário, Fernando Lanhas atravessaria a paisagem das artes portuguesas como um agente eficaz, mas que me deixava desconcertado. 

Duque de Palmela 111 (Eugénio de Andrade) 

Mário Cláudio, pseudónimo de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nasceu no Porto em 1941. Frequentou o curso de Direito em Lisboa, tendo-o terminado na Universidade de Coimbra. Frequentou a Universidade de Londres, graduando-se como Master of Arts. De regresso a Portugal, tem exercido funções como técnico do Museu Nacional de Literatura e como professor universitário. Ganhou o prémio APE de Romance e Novela em 1984 com a obra Amadeo. É considerado um dos mais importantes autores portugueses das últimas duas décadas. Embora se tenha dedicado à poesia, ao teatro e ao ensaio, é no romance que Mário Cláudio mais se tem destacado. Em 2004 foi agraciado com o Prémio Fernando Pessoa.

Obras de ficção: Um Verão Assim (1974), As Máscaras de Sábado (1976), Damascena (1983), Amadeo (1984), Guilhermina (1986), A Fuga para o Egipto (1987), Rosa (1988), A Quinta das Virtudes (1990), Tocata para Dois Clarins (1992), Trilogia da Mão (1993), Itinerários (contos, 1993), As Batalhas do Caia (1995), Dois Equinócios (contos, 1996), O Pórtico da Glória (1997), O Último Faroleiro de Muckle Flugga (1998), Peregrinação de Barnabé das Índias (1998), Ursamaior (2000), O Anel de Basalto e Outras Narrativas (narrativas, 2002), Oríon (romance, 2003), Gémeos (romance, 2004), Camilo Broca (romance, 2006), Boa Noite, Senhor Soares (romance, 2008).

Obras poéticas: Ciclo de Cypris (1969), Sete Solstícios (1972), A Voz e as Vozes (1977), Estâncias (1980), Terra Sigillata (1982), Dois Equinócios (1996).

Teatro: Noites de Anto (1988), A Ilha de Oriente (1989), Henriqueta Emília da Conceição (1997) e O Estranho Caso do Trapezista Azul (1998), Medeia (2008).

Outras obras: Fotobiografia de António Nobre (2001), Meu Porto (2001), Triunfo do Amor Português (2004).

In http://alfarrabio.di.uminho.pt

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