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Pedro Guilherme-Moreira (1969)

Pedro Guilherme-Moreira (1969)

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Francelos, a autoestrada de brincadeiras das minhas infância e adolescência. Conhecia o fundo do mar, literalmente, como e com a palma da minha mão. Ali a meio, já quase em Francemar, fica uma ratoeira de correntes que pode ser fatal até aos mais experientes. Para cá está quase tudo igual, excepto o areal, que está a desaparecer. 

14. Hoje faz 6 anos que o nosso Luís, aqui ao centro, com o Eric Frattini no colo, nos morreu. E 7, incrivelmente, que lhe tirei esta foto no Brasil, com o Eric e o Miguel Roza, sobrinho do Pessoa, que também perdemos em 2019. 

13. Quero que façam parte disto. Amigos, leitores, voleibolistas, escritores, editores, colegas, amigos de amigos, antes de todos os outros. Já neste verão. Tentem, por favor. Uma casa de um escritor na praia aberta às férias de todos e que apoia a literatura? Que depende apenas de quem lhe der uso e for nela feliz? Hoje é o primeiro dia de um sonho antigo em que convergem várias vidas. Não sei quanto tempo vou fazer isto. Acho que depende da qualidade das pessoas que tiver comigo. Com ou sem Covid, o olhar é a mais longo termo: e a felicidade de cada um que lá fizer férias ou retiros começa agora. 

12. Festejar o aniversário com Proust no Père Lachaise – porque ambos o temos a 10 de Julho – foi sempre um sonho de rapaz. Concretizei-o aos 50. A única pergunta que fiz foi se eu gostava de ter um escritor no meu túmulo a celebrar comigo o aniversário comum. 

11. Olá, boa gente! Volto hoje ao facebook – certamente não repararam que ando à banda – e não é para noticiar o crescimento da barba nem fazer boquinhas a la Martini Man. Na verdade, dia 10 de Dezembro vou mudar de vida e de forma de comunicar e quero-vos dentro.

10. Quando perco um ídolo, prefiro o silêncio. Mas o orgulho neste momento de 2014 é tanto, a admiração tão genuína, tão visível e tão descentrada, que, no dia em que o Mestre Arnaut regressa à terra, penduro esta no meu mural. Neste dia chamaram-nos à nossa Coimbra para falarmos dos direitos dos autores. A luta, doravante, será em nome dele. Intimamente, admirava-o como contista. Não digam a ninguém. Até já, António. 

9. Epá, que livrão me chegou hoje às mãos. Quando comecei a folhear ou corri ao índice, nem queria acreditar. Aquilo que eu encontrara em notas densas de edições anotadas da Recherche – e em francês, e eu não domino o francês – estava subitamente (e quase tudo) na minha mão. É isto que fazem os grandes editores. 

8. Estou triste e fragilizado e preciso de apoio. Chamaram-me snowflake, machista, racista e não falta muito dizem que chove mais no Porto, não fosse a seca nacional. Agora que pedi ajuda, é ignorar a moça.

7. Declaração de amor e de interesses: escrevo sobre a Sónia Braga que foi doada a Portugal pelo foral da Gabriela. Escrevo, pois, em interesse próprio. Ainda que Sónia Braga seja respeitada dos dois lados do Atlântico, só em Portugal é venerada. 
5. 106 escolas depois, mais de 300 alunos em duas sessões só em Ovar, a maior de sempre, já depois de Castelo de Paiva ter batido o recorde com mais de 200, poucos dias antes. 
4. Mas o que se vê na foto é a luz de AlpendOurada. A luz de fora e a luz de dentro. À centésima escola ainda é bom poder replicar e reiterar a evidência: 
3. Santiago de Compostela, Escola de Idiomas, 23-11-2015, 20h, Nortear, Universo Literário Comum 
 
2. Ovar, o FLO, o Festival Literário de Ovar, o primeiro, este de 2015, foi um momento singular em que me deixei estar naturalmente entre os grandes, mas quase não quero falar aqui de competências literárias, embora queira falar de memória e de presente. 
 
1. Hoje há muita gente de ressaca em Fornos de Algodres. Hoje eu estou com uma ressaca emocional das valentes por causa de Fornos de Algodres. 
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