Sábado foi um belo dia de aniversário, celebrado na melhor das companhias e com horizonte de mar. Tive direito a caminhar à melodia da chuva diáfana, pela cortina de névoa que embala os pássaros, planando sobre o manto mar-cobalto, inebriando o olhar, e ao olor mais genuíno da maresia. →
§
31. Um trabalho jornalístico extraordinário sobre a proveniência das balas no Rio de Janeiro, agora na lista de nomeados ao Prémio de Jornalismo Gabriel Garcia Marquez (do qual já tive a honra em fazer parte do júri, em 2018). Um exemplo maior de como se pode fazer serviço público, investigação, ao mesmo tempo que se torna interessante, narrativamente, aquilo que é sobremaneira relevante. →
§
30. A Junta de Freguesia do Bonfim reuniu uma equipa para fazer recados de farmácia e supermercado à comunidade mais vulnerável. Divulguem para espalhar a informação, pff e, quem sabe, para inspirar outros poderes locais que ainda não tenham este serviço público. Abraço grande! ☀️ →
§
28. Em 2018, entre o Brasil, Portugal e Moçambique, consegui dar à luz (ainda não sei como) a um artigo em inglês, para a revista australiana Radiodoc Review, sobre o áudio documentário poético “Qualia”, da artista sonora “Charo Calvo”, veiculado na rádio australiana. →
§
27. O “Ala Feminina” (Desassossego) e a investigação “Female Crime and Delinquency in Portugal” das investigadoras portuguesas Sílvia Gomes e Vera Duarte foram as obras que deram o mote para a crónica deste domingo da jornalista Ana Cristina Pereira, no jornal Público. →
§
26. Faça sol, ou faça frio, dá conselhos a desconhecidos. Mandou fazer uma placa onde se lê: “Dá-se conselhos sobre (quase) tudo, Sim de graça, Experimente”. Desde então, todos os domingos, Romeu (sem-Julieta-e-dono-de-um-cão-chamado-André-que-usa-como-personagem-de-fotonovelas) está na Avenida Paulista, por onde passam, diariamente, milhões de pessoas. →
§
25. Devo confessar o seguinte: comecei a anotar, num bloco de notas digital, coisas que acho esquisitas ou, no mínimo, minudências estrambólicas. A lista chama-se assim: Do obnóxio. Tem já uma extensão generosa, o que, bem vistas as coisas, pode ser um bocado preocupante. →
§
24. A Rua do Campinho, no centro do Porto, é a toca de um homem grande. Oskar Klaus poderá ser o seu nome. Tem nome de Oskar Klaus. →
§
23. Ela vive num mundo além do nosso. Nesses tantos mundos que o mundo tem. Viver na Amazónia é por si a ideia de uma galáxia remota, primordial. →
§
22. Além, no horizonte pasmado, uma cortina oblíqua. Os fios dançam diáfana e ingenuamente ao galope do vento, esse sábio dos sussurros do tempo na morfologia natural. →
§
21. Tudo começa na esplanada de um pão-quente onde se bebe café com nome de dromedário. O pão é duro e a empregada diz-me que, normalmente, os clientes que pedem sumo de laranja bebem, depois, café-camelo. →
§
20. Poderia este texto relacionar-se com a ordem dos dias, falando de política, ocupando-se das notícias e das inquietações da Feira da Ladra em que se tornou a arena pública em Portugal. Poderia. Mas impuseram-se as conversas de um Domingo de sol dourado, como a querer despedir-se do Inverno, porque o olor a magnólias e orquídeas já entra assim pelas narinas. Toda uma sinfonia. Poderia, e eu nem sequer pensaria escrever este texto num domingo à tarde, não fosse o senhor Manuel, homem de mãos tremidas, herança de Parkinson, servindo chávenas de café, falar-me de gatunagem e solidão. →
§
19. A primeira vez que descobri a magia da fotografia foi com uma Canon analógica da família, que foi responsável, durante muito tempo, pelos momentos eternizados em dezenas de álbuns guardados hoje no armário da sala. →
§
18. O ano passado houve queixas de que fotografei “poucochinho” (aliás uma das palavras do ano). Não é verdade, partilhei foi pouco no planeta online. →
§
17. Podem vir as HDDSLR. Podem vir os iphones. Podem vir as compactas com os seus invejáveis píxeis. Fui ao resgate. →
§
16. O Homem carrega em si uma insatisfação prosaica, um dilema ancestral, que é o amor à terra e, simultaneamente, a vontade de se desprender dela, em busca de felicidade, de um eldorado, escapando a opressões, guerras e misérias, ou apenas para chegar ao pão para comer. →
§
15. Depois da última crónica, nunca mais me dediquei à literatura de chão. Até porque, apercebi-me, esse efémero estilo literário,… →
§
14. Há dias absolutamente normais. Dias em que se recebe três vacinas exóticas, em que se compra peixe ao som de música clássica, e em que se pensa em ser livro. Banal, portanto! →
§
13. Laura fez questão de me mostrar as perucas, os batons, a variedade de armações de óculos e os doces que comprara nessa tarde, em Ciudad del Este, no Paraguai, a meia hora de autocarro de casa dela, em Foz de Iguaçu, no Brasil. →
§
13. Será que há no mundo cidade com mais ilhas do que o Porto? Pedaços de terra intersticiais da anatomia citadina em terra, ligações insulares que provam que, afinal, o homem pode ser uma ilha? →
§
12. Outonar →
§
11. Bonfim, Anatomias →
§
10. Ganhei o 3.º Lugar com o CONTO “Nó Górdio, o dia em que enganamos a morte” do Concurso Literário OFF FLIP, em Paraty →
§
9. A caçadora de histórias →
§
8. Snifar papel →
§
7. Máquina do tempo →
§
6. O Palco é um mundo (Festival de Teatro Amador de Valbom) →
§
5. Torre de Babel →
§
4. Malvada letargia do deserto →
§
3. Dona Rosa e os Vasos de Flores →
§
2. A imortalidade →
§
1. A inamovível condição de ser prédio →
§